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Quem nunca ouviu o argumento: Deus proíbe a comunicação com os Mortos?!
Mas afinal de contas, o católico não faz isso quando pede a intercessão dos mártires santos?
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INTRODUÇÃO
É comum nas orações matutinas ou antes de dormir, um católico, tendo orado a Deus, se dirija também a um homem santo de sua devoção no céu, dizendo: “rogai por mim a Deus Pai”. Ou mesmo à Virgem Mãe de Deus, com a famosa oração Ave Maria. Contudo, esse reforço é correto? Para a religião católica, ele ocorre porque naquele momento o católico se sente ligado a Deus, e por isso se vê também unido e em perfeita harmonia com todo o corpo de anjos e santos no céu. Ele confia que Deus é Deus dos vivos e dos mortos, que é Ele quem dá a imortalidade aos homens, tendo poder sobre seus espíritos, conforme a Palavra de Deus nos ensina (Sb 3: 1): Mas as almas dos justos estão na mão de Deus, e nenhum tormento os tocará. E (Ec 12: 7): Antes que a poeira retorne à terra para se tornar o que era; e antes que o sopro de vida (espírito) retorne a Deus que o deu.
A OBJEÇÃO É LEGÍTIMA?
Ainda assim, tal prática tem sido atacada por muitos protestantes sob o argumento de que o comando no profeta Isaías o proíbe. Será que tais obeções possuem legitimidade? O seu temor é infundado? Não, a preocupação não é irracional. Mas a proibição completa e irrestrita provém de um erro. Falaremos adiante acerca disso. Agora, é importante dizer que a Igreja também corrobora a preocupação protestante, e proíbe a curiosidade excessiva acerca do além. Isso é reprovável, e nunca uma pessoa em atitude de comunhão plena com Deus faria isso. Consultar espíritos que advinham o futuro ou sussurram informações do outro mundo é perigoso e nunca recomendado que se busque. Foi em um contexto como esse, em que tais coisas eram comuns, que Isaías indagou:
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“Quando, pois, vos disserem: Consultai aqueles que têm espíritos familiares e os adivinhos…”
[…] A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos?
Isaías 8: 19
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MEDIUNIDADE E ADIVINHAÇÃO
Vejam as palavras de Isaías. Ele veda que os israelitas busquem pessoas que têm espíritos familiares e as pessoas que são adivinhas. Bom, pela forma como o texto foi escrito, sabemos que se ele estivesse se referindo a qualquer pessoa, então todos do povo inevitavelmente entrariam nessa categoria de ‘pessoas a quem o povo consulta porque têm espíritos familiares ou são adivinhas’. Mas ele se refere a pessoas que guardam familiaridade com espíritos como uma forma de consultoria. Acrescenta: e os adivinhos… O que reforça ainda mas a ideia de que ele tratava de um tipo de ofício que era exercido por determinados indivíduos no meio do povo, e que em tempos de necessidade e temor, eram procurados para consulta. Por isso a Igreja proibiu a prática descrita no texto de Isaías, que é a chamada Mediunidade:
2116. Todas as formas de adivinhação devem ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras práticas supostamente «reveladoras» do futuro (45). A consulta dos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e de sortes, os fenómenos de vidência, o recurso aos “médiuns”, tudo isso encerra uma vontade de dominar o tempo, a história e, finalmente, os homens, ao mesmo tempo que é um desejo de conluio com os poderes ocultos. Todas essas práticas estão em contradição com a honra e o respeito, penetrados de temor amoroso, que devemos a Deus e só a Ele.
2117. Todas as práticas de magia ou de feitiçaria, pelas quais se pretende domesticar os poderes ocultos para os pôr ao seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo – ainda que seja para lhe obter a saúde – são gravemente contrárias à virtude de religião. Tais práticas são ainda mais condenáveis quando acompanhadas da intenção de fazer mal a outrem ou quando recorrem à intervenção dos demônios. O uso de amuletos também é repreensível. O espiritismo implica muitas vezes práticas divinatórias ou mágicas; por isso, a Igreja adverte os fiéis para que se acautelem dele. O recurso às medicinas ditas tradicionais não legitima nem a invocação dos poderes malignos, nem a exploração da credulidade alheia.
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CONCLUSÃO
Isaías possuía um determinado grupo de pessoas em mente quando proferiu aquelas palavras e vemos que historicamente o Cristianismo manteve a realidade da vida dos santos na sua doutrina e liturgia desde o começo, tendo isso origem em algumas correntes do Judaísmo em uma época anterior a Jesus. Você não acha curioso os primeiros cristãos não se sentiam acusados por Isaías ao pedir a intercessão dos santos? Será que eles não liam a Bíblia? Homens de Deus como Atanásio, Agostinho, Hipólito? Se você tem dúvida, pode ler mais sobre isso em ORAÇÕES AOS SANTOS E ANJOS NA IGREJA DOS PRIMEIROS SÉCULOS.





