A Imaculada Conceição é um Presente de Deus para Você

joanadarc

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Uma das tragédias da Reforma Protestante é que ela resultou em muitos protestantes melindrosos quando se trata de falar sobre a Virgem Maria, bem como também muitos católicos melindrosos quando se trata de falar sobre graça e predestinação (em ambos os casos, com os dois lados com medo dos excessos que percebiam um no outro). Na realidade, se você quer saber como é a predestinação de Deus, olhe para a Virgem Maria. De fato, você não pode entender Maria sem entender a predestinação. Se você prestar atenção, verá frequentemente que nos dias de festa mariana, a Igreja incluirá uma leitura de São Paulo acerca da graça e/ou da predestinação. Por exemplo, hoje é a Festa da Imaculada Conceição, e a Segunda Leitura é de Efésios 1,3-6; 11-12:

 

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda sorte de bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo, bem como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Ele nos destinou em amor para sermos seus filhos por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito de sua vontade, para o louvor de sua graça gloriosa, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado. […] Nele, segundo o propósito daquele que realiza todas as coisas segundo o conselho de sua vontade, nós, os que primeiro esperamos em Cristo, fomos predestinados e designados para o louvor de sua glória.

 

Em outras palavras, Maria não foi escolhida porque ela era tão grande, mas ela é tão grande porque ela foi escolhida. Essa é uma mensagem que tanto protestantes quanto católicos deveriam ser capazes de aceitar. O mesmo Deus que, por Sua graça nos torna irmãos e irmãs de Jesus Cristo (nos transformando em santos no processo), por uma graça singular, preservou Maria de todo pecado em razão de seu papel único como  Mãe de Jesus Cristo. O padre Mitchel Zimmerman, em sua homilia hoje, destacou que seria fácil cair na inveja — Deus preservou Maria de todo pecado, mas deixa o resto de nós sofrer lutando (e frequentemente falhando) em nossa batalha contra o pecado. Santo Agostinho suscita um ponto semelhante em seu comentário sobre João 5:1-18. Depois que Jesus vai a Betesda, onde havia um grande número de doentes, e lá ele cura  um deles, diz: “Havia muitos ali, e ainda assim, apenas um deles foi curado, enquanto Ele poderia com uma palavra ter levantado todos eles.” Mas em ambos os casos, a graça manifesta a um único indivíduo não serviu apenas para o seu bem individual, mas para o bem de todos nós. Algumas pessoas recebem mais do que outras – elas possuem mais dons, mais talentos e até mais graça – todavia, o que é dado é dado para compartilhar. Por baixo da desigualdade de nível que vemos na superfície está a justiça divina, pois “A quem muito é dado, muito será cobrado; e daquele a quem muito é confiado, muito mais será exigido” (Lucas 12:48). A Virgem Maria recebe mais graças do que qualquer criatura na história, porque ela tem o papel mais especial e único, como que sendo ela Dobradiça da Encarnação, a Mulher de quem Jesus Cristo toma a Carne, a Mulher que concebe, que dá à luz, dá à luz e que cria (educa) Jesus Cristo, sendo Sua mãe, servindo-O e seguindo-O até a Cruz. Por nove meses, ela foi Seu santuário e o Seu Templo terrestre.

Deus a preserva do pecado, para que a Arca da Nova Aliança seja uma morada imaculada e pura para o Nosso Senhor. Em troca do muito que lhe foi dado, muito é esperado dela. Isso se cumpre em sua resposta pronta que ela deu a Cristo, mas não para com o fim de sua vida terrena. Afinal, a Virgem Maria é dada ao mundo por todos nós, porque ela é dada ao mundo por causa da missão de Jesus. E essa missão é contínua. Então é  porque Deus escolheu Maria desde toda a eternidade, a purificou e realizou nela a Encarnação (e nossa subsequente salvação) por meio de sua livre cooperação que podemos contar com ela para continuar a fornecer a nós, livre e generosamente, da riqueza de graças que ela recebeu.

Santa Maria, Immaculata, ora pro nobis!

 

Madonna di Crevole de Duccio di Buoninsegna  

[Domínio público]

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Sta Joana d’Arc nasceu através de um compromisso e do desejo de publicar obras notáveis de autores nacionais e estrangeiros, tanto de cunho filosófico e teológico, quanto de matéria infantil, fantástica e ficcional. Além de fazer renascer o espírito de tradições e valores antigos à sociedade como um todo, a publicação de obras que revelem a riqueza de nossa história é a melhor maneira de servir a humanidade.

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Sta Joana d’Arc nasceu através de um compromisso e do desejo de publicar obras notáveis de autores nacionais e estrangeiros, tanto de cunho filosófico e teológico, quanto de matéria infantil, fantástica e ficcional. Além de fazer renascer o espírito de tradições e valores antigos à sociedade como um todo, a publicação de obras que revelem a riqueza de nossa história é a melhor maneira de servir a humanidade.

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