EXISTE UM ECUMENISMO BOM?

Kertelen Ribeiro

Kertelen Ribeiro

O compromisso católico com a unidade cristã é baseado na convicção de que a Igreja é e deve ser uma. Esta é a vontade do próprio Jesus Cristo, como expressa mais claramente quando Ele orou durante a Última Ceia, como o evangelho de João nos diz, “para que todos sejam um” (João 17,21). Dirigindo-se à Igreja em Corinto, que foi tentada a se dividir em facções seguindo Paulo, Apolo e Cefas, São Paulo mostra que a unidade cristã é, em última análise, baseada em Jesus, o único salvador. “Cristo está dividido?”, ele pergunta. “Foi Paulo crucificado por vocês? Ou vocês foram batizados em nome de Paulo?” (1Cor 1,13). Tanto nesta carta quanto em outros lugares, São Paulo insiste no fato de que a Igreja forma um só corpo, do qual o próprio Cristo é a cabeça (1Cor 12-14; também Rom. 12, 4-8; Ef. 4,13; Col 1,18). O Papa João Paulo II ecoa muito lindamente esta razão fundamental para o compromisso com a Unidade Cristã: «Crer em Cristo significa desejar a unidade; desejar a unidade significa desejar a Igreja; desejar a Igreja significa desejar a comunhão da graça que corresponde ao plano do Pai desde toda a eternidade. Tal é o significado da oração de Cristo: Ut unum sint »(UUS 9). 

A RECEPÇÃO DO ENSINAMENTO DO VATICANO II SOBRE O ECUMENISMO NA VIDA DA IGREJA CATÓLICA

 

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O MODELO DA IGREJA É CRISTO

COMO O SENHOR JESUS REAGIA DIANTE DA DIVERGÊNCIA TEOLÓGICA?

 

O Sagrado Coração de Jesus, de Daoud Corm

 

MISERICÓRDIA/TOLERÂNCIA COM OS ESCARNECEDORES SAMARITANOS QUE REJEITAM A MENSAGEM DO EVANGELHO E O PRÓPRIO CRISTO

 

Lucas 9: 51-56

Com efeito, o acto de fé é, por sua própria natureza, voluntário, já que o homem, remido por Cristo Salvador e chamado à adopção filial por Jesus Cristo (10), não pode aderir a Deus que Se revela a não ser que, atraído pelo Pai (11), preste ao Senhor o obséquio racional e livre da fé. Concorda portanto, plenamente com a índole da fé que em matéria religiosa se exclua qualquer espécie de coacção humana. E por isso o regime da liberdade religiosa contribui muito para promover aquele estado de coisas em que os homens podem sem impedimento ser convidados à fé cristã, abraçá-la livremente e confessá-la por obras em toda a sua vida.

https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decl_19651207_dignitatis-humanae_po.html#:~:text=Com%20efeito%2C%20o%20acto,toda%20a%20sua%20vida.

 

JESUS PROÍBE A VINGANÇA CONTRA QUEM NÃO ACEITA A MENSAGEM EVANGELÍSTICA

 

No cap. 10, a Igreja atesta: “Com efeito, o ato de fé é, por sua própria natureza, voluntário, já que o homem, remido por Cristo Salvador e chamado à adoção filial por Jesus Cristo […]” e continua: “Concorda portanto, plenamente com a índole da fé que em matéria religiosa se exclua qualquer espécie de coacção humana”. 

 

11. Deus chama realmente os homens a servi-lo em espírito e verdade; eles ficam, por esse facto, moralmente obrigados, mas não coagidos. Pois Deus tem em conta a dignidade da pessoa humana, por Ele mesmo criada, a qual deve guiar-se pelo próprio juízo e agir como liberdade. Isto apareceu no mais alto grau em Jesus Cristo, no qual Deus Se manifestou perfeitamente, e deu a conhecer os seus desígnios. Com efeito, Cristo, nosso Mestre e Senhor (12), manso e humilde de coração (13), atraiu e convidou com muita paciência os seus discípulos (14). Apoiou e confirmou, sem dúvida, com milagres, a sua pregação; mas para despertar e confirmar a fé dos ouvintes, e não para exercer sobre eles qualquer coacção (15). Censurou, é verdade, a incredulidade dos ouvintes, mas reservando para Deus o castigo, no dia juízo (16). Ao enviar os Apóstolos pelo mundo, disse-lhes: «aquele que acreditar e for baptizado, será salvo; quem não acreditar, será condenado» (Marc. 16,16). Mas Ele próprio, sabendo que a cizânia tinha sido semeada juntamente com o trigo, mandou deixar que ambos crescessem até à ceifa que terá lugar no fim das tempos (17). Não querendo ser um Messias político e dominador pela força (18), preferiu chamar-se Filho do homem, que veio «para servir e dar a sua vida para redenção de muitos» (Marc. 10, 45). Apresentou-se como o perfeito Servo de Deus (19), que «não quebra a cana rachada, nem apaga a mecha fumegante» (Mat. 12, 20). Reconheceu a autoridade civil e seus direitos, mandando dar o tributo a César, mas lembrando claramente que se deviam observar os direitos superiores de Deus: «dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus» (Mat. 22, 21). Finalmente, realizando na cruz a obra da redenção, com a qual alcançava para os homens a salvação e verdadeira liberdade, completou a sua revelação. Pois deu testemunho da verdade (20), mas não a quis impor pela força aos seus contraditores. O seu reino não se defende pela violência (21) mas implanta-se pelo testemunho e pela audição da verdade; e cresce pelo amor com que Cristo, elevado na cruz, a Si atrai todos os homens (22).

Os Apóstolos, ensinados pela palavra e exemplo de Cristo, seguiram o mesmo caminho. Desde os começos da Igreja, os discípulos de Cristo esforçaram-se por converter os homens a Cristo Senhor, não com a coacção ou com artifícios indignos do Evangelho, mas primeiro que tudo com a  força da palavra de Deus (23). A todos anunciavam com fortaleza a vontade de Deus Salvador «o qual quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade» (1 Tim. 2, 4); ao mesmo tempo, respeitavam os fracos, mesmo que estivessem no erro, mostrando assim como «cada um de nós dará conta de si a Deus» (Rom. 14, 12) (24) e, nessa medida, tem obrigação de obedecer à própria consciência.

 

https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decl_19651207_dignitatis-humanae_po.html#:~:text=11.%20Deus%20chama,proclamar%20diante%20do

A MULHER SAMARITANA E A FIDELIDADE À VERDADE DEMONSTRADA POR JESUS

João 4

 

 

O BOM SAMARITANO E O AMOR QUE NOS LEVA A SERMOS PRÓXIMOS

Lucas 10: 25-37

Um homem perguntou a Jesus “quem é meu próximo?” aquele a quem o mandamento ordenou amar… E Jesus respondeu com a parábola do Bom Samaritano.

 

Os samaritanos possuíam uma rivalidade histórica e religiosa com os judeus, mas isso não impediu Jesus de chocar todos os ouvintes ao seu redor e apresentar um samaritano virtuoso e justo que, rompendo com todos os preconceitos e estereótipos judaicos, AJUDOU a SALVAR um judeu que fora vítima de um assalto na estrada de Jericó. O surpreendente é exatamente isso: a inimizade entre os dois povos! Foi por isso que Jesus escolheu essa parábola. Muitos judeus consideravam os samaritanos impuros pecadores. Mas isso não sufocou a caridade do samaritano fiel, e sua misericórdia rompeu as barreiras levantadas há muito. Conforme a história, um levita e um sacerdote viram o homem caído. Ambos eram pessoas religiosas, mas sem amor. Eles viram o judeu caído (sendo também judeus), mas ignoraram. Jesus revela esta lição tanto a nós como ao homem que lhe perguntou quem era o seu “próximo”, a quem o mandamento ordena: “amai-o como a ti mesmo”. Talvez o homem achasse que o próximo fosse alguém que tivesse a mesma fé que ele, ou fosse do mesmo povo/nação… Ou até mesmo alguém bom e puro. Mas Jesus mostrou que os judeus que não ajudaram o seu irmão também judeu caído, mesmo sendo da mesma religião e nação, e se encaixando no que deveria ser considerado “próximo”, não o amaram como seu próximo. E além disso, faz os judeus admirarem o samaritano por ter amado alguém que aparentemente NÃO era seu próximo, mas pelo contrário! Era um inimigo histórico! Jesus mostra assim que Deus deseja que façamos mais do que amar apenas quem nos ama. E que a responsabilidade por tornar alguém seu próximo é sua, e não das circunstâncias (religião, nacionalidade, etc.). Tudo depende da caridade. Você se fará o “próximo” de alguém em necessidade, se você tiver amor. Mas se não tiver, mesmo quem for de fato seu próximo, você irá afastar por egoísmo, ou se eximir de fazer-lhe o bem. Tentar qualificar quem é próximo e quem não é também demonstra que não temos um coração maduro. Somos todos humanos e imagem do Criador. Foi o que Jesus nos ensinou. Seja Próximo! Pois quem foi verdadeiramente próximo daquele homem? Foi o estrangeiro que não era PRÓXIMO de fato, mas que decidiu SER seu próximo e ajudá-lo como irmão.

E Jesus acrescentou: “vá e faça o mesmo”. Afinal de contas, não foi isso que Deus fez a todos nós?

 

ECUMENISMO BOM

À luz do ecumenismo após o Vaticano II, os católicos agora estão sob séria obrigação (isto é, obrigados sob pena de pecado) de pular a missa dominical de vez em quando e adorar em igrejas não católicas?

“Não é permitido”, você quer dizer! Um católico não pode “adorar em vez disso em igrejas não católicas”. Fazer isso é violar o Primeiro Mandamento. (Isto deve ser diferenciado de se envolver em, digamos, um serviço de oração ecumênico.)
É obrigatório, sob pena de pecado mortal, mas ressalvadas as exceções decorrentes da necessidade, que todos os católicos assistam à missa todos os domingos (ou sábados à noite) e nos dias santos. Os católicos não são obrigados a assistir a serviços não católicos. Tais visitas são puramente voluntárias e podem ser realizadas desde que nenhum escândalo seja causado. O Diretório sobre o Ecumenismo do Vaticano II permite alguma participação em tais serviços em respostas comuns ou hinos que não estejam em desacordo com a fé católica.

1. Promover a restauração da unidade entre todos os cristãos é um dos principais propósitos do sagrado Concílio Ecuménico Vaticano II. Pois Cristo Senhor fundou uma só e única Igreja. Todavia, são numerosas as Comunhões cristãs que se apresentam aos homens como a verdadeira herança de Jesus Cristo. Todos, na verdade, se professam discípulos do Senhor, mas têm pareceres diversos e caminham por rumos diferentes, como se o próprio Cristo estivesse dividido(1). Esta divisão, porém, contradiz abertamente a vontade de Cristo, e é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura.

Como diz o UNITATIS REDINTEGRATIO:

O Senhor dos séculos, porém, prossegue sábia e pacientemente o plano de sua graça a favor de nós pecadores. Começou ultimamente a infundir de modo mais abundante nos cristãos separados entre si a compunção de coração e o desejo de união. Por toda a parte, muitos homens sentiram o impulso desta graça. Também surgiu entre os nossos irmãos separados, por moção da graça do Espirito Santo, um movimento cada vez mais intenso em ordem à restauração da unidade de todos os cristãos. Este movimento de unidade é chamado ecuménico. Participam dele os que invocam Deus Trino e confessam a Cristo como Senhor e Salvador, não só individualmente mas também reunidos em assembleias. Cada qual afirma que o grupo onde ouviu o Evangelho é Igreja sua e de Deus. Quase todos, se bem que de modo diverso, aspiram a uma Igreja de Deus una e visível, que seja verdadeiramente universal e enviada ao mundo inteiro, a fim de que o mundo se converta ao Evangelho e assim seja salvo, para glória de Deus. Este sagrado Concílio considera todas essas coisas com muita alegria. Tendo já declarado a doutrina sobre a Igreja, movido pelo desejo de restaurar a unidade de todos os cristãos, quer propor a todos os católicos os meios, os caminhos e as formas com que eles possam corresponder a esta vocação e graça divina

Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer (1 Coríntios 1:10).

A realidade é que este documento é um resumo preciso e convincente do ensinamento do Concílio Vaticano II sobre a Igreja e o ecumenismo, que incorpora outras nuances e explicações oferecidas no pontificado de João Paulo II. Ele dá uma imagem precisa do que a Igreja realmente defende. Documento do Vaticano sobre o ecumenismo:

DOMINUS IESUS

ENCÍCLICA DE PAPA JOÃO PAULO II SOBRE ECUMENISMO : UT UNUM SINT 

O ecumenismo maduro envolve não apenas um espírito de penitência e conversão de todos os lados, mas uma vontade de enfrentar nossas diferenças diretamente, percebendo com o Papa João Paulo II que “muito mais nos une do que nos divide”.

MARTIRES

O testemunho corajoso de tantos mártires do nosso século, incluindo também membros de outras Igrejas e Comunidades eclesiais que não estão em plena comunhão com a Igreja Católica, dá nova força ao apelo conciliar […] Estes nossos irmãos e irmãs, irmanados na generosa oferta das suas vidas pelo Reino de Deus, são a prova mais significativa de que todo o elemento de divisão pode ser vencido e superado com o dom total de si próprio à causa do Evangelho.

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=O%20testemunho%20corajoso,causa%20do%20Evangelho

 

unidos na esteira dos mártires, os crentes em Cristo não podem permanecer divididos. Se querem verdadeira e eficazmente fazer frente à tendência do mundo a tornar vão o Mistério da Redenção, os cristãos devem professar juntos a mesma verdade sobre a Cruz.  https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=unidos%20na%20esteira%20dos%20m%C3%A1rtires%2C%20os%20crentes%20em%20Cristo%20n%C3%A3o%20podem%20permanecer%20divididos.%20Se%20querem%20verdadeira%20e%20eficazmente%20fazer%20frente%20%C3%A0%20tend%C3%AAncia%20do%20mundo%20a%20tornar%20v%C3%A3o%20o%20Mist%C3%A9rio%20da%20Reden%C3%A7%C3%A3o%2C%20os%20crist%C3%A3os%20devem%20professar%20juntos%20a%20mesma%20verdade%20sobre%20a%20Cruz.

 

Por este motivo, o empenho ecuménico deve fundar-se na conversão dos corações e na oração, ambas induzindo depois à necessária purificação da memória histórica. Os discípulos do Senhor, animados pelo amor, pela coragem da verdade e pela vontade sincera de se perdoarem mutuamente e reconciliarem, são chamados, com a graça do Espírito Santo, a reconsiderarem juntos o seu doloroso passado e aquelas feridas que este, infelizmente, continua ainda hoje a provocar. São convidados pela força sempre jovem do Evangelho a reconhecerem juntos, com sincera e total objectividade, os erros cometidos e os factores contingentes que estiveram na origem das suas deploráveis separações. Ocorre um olhar de verdade sereno e límpido, vivificado pela misericórdia divina […]

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=Por%20este%20motivo,pela%20miseric%C3%B3rdia%20divina

A MORTE DE CRISTO UNE TODOS

Por sua vez, o Evangelho de S. João, pensando na situação do povo de Deus daquele tempo, vê na morte de Jesus a razão da unidade dos filhos de Deus: « Devia morrer pela Nação. E não somente pela Nação, mas também para trazer à unidade os filhos de Deus que andavam dispersos » (11, 51-52). De facto, como explicará a Carta aos Efésios, « destruindo o muro de inimizade que os separava (…), pela Cruz levando em Si próprio a morte à inimizade », Ele fez a unidade entre o que estava dividido (cf. 2, 14.16).  A vontade de Deus é a unidade de toda a humanidade dispersa.

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=Por%20sua%20vez,a%20humanidade%20dispersa.

Na véspera do sacrifício da Cruz, Jesus mesmo pede ao Pai pelos seus discípulos e por todos os que acreditarem n’Ele, para que sejam um só, uma comunhão viva.

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=Na%20v%C3%A9spera%20do%20sacrif%C3%ADcio%20da%20Cruz%2C%20Jesus%20mesmo%20pede%20ao%20Pai%20pelos%20seus%20disc%C3%ADpulos%20e%20por%20todos%20os%20que%20acreditarem%20n%27Ele%2C%20para%20que%20sejam%20um%20s%C3%B3%2C%20uma%20comunh%C3%A3o%20viva.

 

Por toda a parte, muitos homens sentiram o impulso desta graça. Também surgiu entre os nossos irmãos separados, por moção da graça do Espírito Santo, um movimento cada vez mais intenso em ordem à restauração da unidade de todos os cristãos. Este movimento de unidade é chamado ecuménico. Participam dele os que invocam Deus Trino e confessam a Cristo como Senhor e Salvador, não só individualmente, mas também reunidos em assembleias. Cada qual afirma que o grupo onde ouviu o Evangelho é Igreja sua e de Deus. Quase todos, se bem que de modo diverso, aspiram a uma Igreja de Deus una e visível, que seja verdadeiramente universal e enviada ao mundo inteiro, a fim de que o mundo se converta ao Evangelho e assim seja salvo, para glória de Deus ».

 

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=Por%20toda%20a,gl%C3%B3ria%20de%20Deus%20%C2%BB.

Esta é a esperança da unidade dos cristãos, que encontra a sua fonte divina na unidade trinitária do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=Esta%20%C3%A9%20a%20esperan%C3%A7a%20da%20unidade%20dos%20crist%C3%A3os%2C%20que%20encontra%20a%20sua%20fonte%20divina%20na%20unidade%20trinit%C3%A1ria%20do%20Pai%20e%20do%20Filho%20e%20do%20Esp%C3%ADrito%20Santo.

 

De facto, esta unidade dada pelo Espírito Santo não consiste simplesmente na confluência unitária de pessoas que se aglomeram umas às outras. Mas trata-se de uma unidade constituída pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos e da comunhão hierárquica. 10 Os fiéis são um, porque, no Espírito, eles estão em comunhão com o Filho, e, n’Ele, em comunhão com o Pai: « A nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo » (1 Jo 1, 3). Para a Igreja Católica, portanto, a comunhão dos cristãos não é senão a manifestação neles daquela graça, pela qual Deus os torna participantes da sua própria comunhão, que é a vida eterna. Por isso, as palavras de Cristo — « que todos sejam um » — são a oração dirigida ao Pai para que se cumpra plenamente o seu desígnio, de tal modo que a todos fique claro « qual seja a economia do mistério escondido desde tempos antigos em Deus, que tudo criou » (Ef 3, 9). Acreditar em Cristo significa querer a unidade; querer a unidade significa querer a Igreja; querer a Igreja significa querer a comunhão de graça que corresponde ao desígnio do Pai desde toda a eternidade. Este é o significado da oração de Cristo: « Ut unum sint ».

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=De%20facto%2C%20esta,unum%20sint%20%C2%BB.

 

 

CITA o Decreto Unitatis redintegratio

Ao indicar os princípios católicos do ecumenismo, o citado Decreto retoma primariamente o ensinamento sobre a Igreja presente na Constituição Lumen gentium, no capítulo que trata do povo de Deus. 8 E ao mesmo tempo, tem em conta o que se afirma na Declaração conciliar Dignitatis humanae, sobre a liberdade religiosa.

CONTRA A UNIDADE A CUSTA DA VERDADE UR 11

REPETE

De facto, esta unidade dada pelo Espírito Santo não consiste simplesmente na confluência unitária de pessoas que se aglomeram umas às outras. Mas trata-se de uma unidade constituída pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos e da comunhão hierárquica.

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=De%20facto%2C%20esta%20unidade%20dada%20pelo%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20n%C3%A3o%20consiste%20simplesmente%20na%20conflu%C3%AAncia%20unit%C3%A1ria%20de%20pessoas%20que%20se%20aglomeram%20umas%20%C3%A0s%20outras.%20Mas%20trata%2Dse%20de%20uma%20unidade%20constitu%C3%ADda%20pelos%20v%C3%ADnculos%20da%20profiss%C3%A3o%20de%20f%C3%A9%2C%20dos%20sacramentos%20e%20da%20comunh%C3%A3o%20hier%C3%A1rquica.

 

 

« fora da sua comunidade visível, se encontram muitos elementos de santificação e de verdade, os quais, por serem dons pertencentes à Igreja de Cristo, impelem para a unidade católica ».

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=%C2%AB%20fora%20da%20sua%20comunidade%20vis%C3%ADvel%2C%20se%20encontram%20muitos%20elementos%20de%20santifica%C3%A7%C3%A3o%20e%20de%20verdade%2C%20os%20quais%2C%20por%20serem%20dons%20pertencentes%20%C3%A0%20Igreja%20de%20Cristo%2C%20impelem%20para%20a%20unidade%20cat%C3%B3lica%20%C2%BB.

QUAIS?

12. A mesma Constituição explicitou amplamente « os elementos de santificação e de verdade » que, de modo distinto, se encontram e actuam para além das fronteiras visíveis da Igreja Católica: « Muitos há, com efeito, que têm e prezam a Sagrada Escritura como norma de fé e de vida, manifestam sincero zelo religioso, crêem de coração em Deus Pai omnipotente e em Cristo, Filho de Deus Salvador, são marcados pelo Baptismo que os une a Cristo e reconhecem e recebem mesmo outros sacramentos nas suas próprias igrejas ou comunidades eclesiásticas. Muitos de entre eles têm mesmo um episcopado, celebram a sagrada Eucaristia e cultivam a devoção para com a Virgem Mãe de Deus. Acrescenta-se a isto a comunhão de orações e outros bens espirituais; mais ainda, existe uma certa união verdadeira no Espírito Santo, o qual neles actua com os dons e graças do seu poder santificador, chegando a fortalecer alguns deles até ao martírio. Deste modo, o Espírito suscita em todos os discípulos de Cristo o desejo e a prática efectiva em vista de que todos, segundo o modo estabelecido por Cristo, se unam pacificamente num só rebanho sob um só pastor »

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=12.%20A%20mesma,um%20s%C3%B3%20pastor%20%C2%BB

A IGREJA OS CONSIDERA IRMÃOS, CRISTAS E PDEM SAVAR-SE

13. Este último documento enumera brevemente as implicações doutrinais desta situação. A propósito dos membros dessas Comunidades, declara: « Justificados no Baptismo pela fé, são incorporados a Cristo, e, por isso, com direito se honram com o nome de cristãos e justamente são reconhecidos pelos filhos da Igreja Católica como irmãos no Senhor ». Também não poucas acções sagradas da religião cristã são celebradas entre os nossos irmãos separados. Por vários modos, conforme a condição de cada Igreja ou Comunidade, estas acções podem realmente produzir a vida da graça. Devem mesmo ser tidas como aptas para abrir a porta à comunhão da salvação ».

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=13.%20Este%20%C3%BAltimo,comunh%C3%A3o%20da%20salva%C3%A7%C3%A3o%20%C2%BB.

 

SEUS MEIOS VÊM DA IGREJA CATÓLICA

« Por isso, as Igrejas e Comunidades separadas, embora creiamos que tenham defeitos, de forma alguma estão despojadas de sentido e de significação no mistério da salvação. Pois o Espírito de Cristo não recusa servir-se delas como de meios de salvação cuja virtude deriva da própria plenitude de graça e verdade confiada à Igreja Católica ».

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=%C2%AB%20Por%20isso%2C%20as,%C3%A0%20Igreja%20Cat%C3%B3lica%20%C2%BB.

Com efeito, os elementos de santificação e de verdade presentes nas outras Comunidades cristãs, em grau variável duma para outra, constituem a base objectiva da comunhão, ainda imperfeita, que existe entre elas e a Igreja Católica.

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=Com%20efeito%2C%20os%20elementos%20de%20santifica%C3%A7%C3%A3o%20e%20de%20verdade%20presentes%20nas%20outras%20Comunidades%20crist%C3%A3s%2C%20em%20grau%20vari%C3%A1vel%20duma%20para%20outra%2C%20constituem%20a%20base%20objectiva%20da%20comunh%C3%A3o%2C%20ainda%20imperfeita%2C%20que%20existe%20entre%20elas%20e%20a%20Igreja%20Cat%C3%B3lica.

Na medida em que tais elementos se encontram nas outras Comunidades cristãs, a única Igreja de Cristo tem nelas uma presença operante. 

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=Na%20medida%20em%20que%20tais%20elementos%20se%20encontram%20nas%20outras%20Comunidades%20crist%C3%A3s%2C%20a%20%C3%BAnica%20Igreja%20de%20Cristo%20tem%20nelas%20uma%20presen%C3%A7a%20operante.

 

ESSES MEIOS COOPERAM PARA A UNIDADE, A QUAL NÃO É ESCATOLÓGICA

 

14. Todos estes elementos trazem consigo o apelo à unidade, para nela encontrarem a sua plenitude. Não se trata de aglomerar todas as riquezas dispersas nas Comunidades cristãs, com o fim de se chegar a uma Igreja que Deus teria em vista para o futuro. Segundo a grande Tradição atestada pelos Padres do Oriente e do Ocidente, a Igreja Católica crê que, no acontecimento do Pentecostes, Deus já manifestou a Igreja na sua realidade escatológica, que Ele preparava « desde o tempo de Abel, o justo ». 19 Ela já está presente. Por este motivo, já nos encontramos no fim dos tempos. Os elementos desta Igreja, já presente, existem, incorporados na sua plenitude, na Igreja Católica e, sem tal plenitude, nas outras Comunidades, 20 onde certos aspectos do mistério cristão foram, por vezes, mais eficazmente manifestados. O ecumenismo busca precisamente fazer crescer a comunhão parcial existente entre os cristãos até à plena comunhão na verdade e na caridade.

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=14.%20Todos%20estes,e%20na%20caridade.

 

« Não existe verdadeiro ecumenismo sem conversão interior ». 21

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25051995_ut-unum-sint.html#:~:text=%C2%AB%20N%C3%A3o%20existe%20verdadeiro%20ecumenismo%20sem%20convers%C3%A3o%20interior%20%C2%BB.%2021

 

O anseio de cada Comunidade cristã pela unidade cresce ao ritmo da sua fidelidade ao Evangelho. Ao referir-se às pessoas que vivem a sua vocação cristã, o Concílio fala de conversão interior, de renovação da mente.

ECUMENISMO RUIM

 

A Igreja sempre será um sinal de contradição para um mundo que aceita visões como o relativismo moral (a ideia de que não há verdade objetiva), o relativismo redentor (Jesus Cristo — junto com Buda, Confúcio, Maomé e Marx — é simplesmente um entre muitos professores de moral reverenciados) e relativismo eclesiológico (a Igreja de Cristo é apenas uma federação de diferentes comunidades eclesiais cujas diferenças na abordagem de questões doutrinárias e morais são insignificantes).

 

A Igreja Católica é o sacramento universal da salvação e a Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica.

A IGREJA TEM RESPEITO

 

 

INDIFERENTISMO

 

Mas ainda menos é o ecumenismo um passaporte para o indiferentismo ou para esquecer tudo o que é essencial para a nossa tradição sagrada. É antes apelo, vocação, para se trabalhar sob a direcção do Espírito Santo pela unidade visível e perfeita — na fé e no amor, na vida e no trabalho — de todos os que professam crer no nosso único Senhor Jesus Cristo. Apesar do rápido progresso dos últimos anos, muito fica ainda por fazer.

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/1979/november/documents/hf_jp-ii_spe_19791123_commissioni-ecumeniche.html#:~:text=Mas%20ainda%20menos,ainda%20por%20fazer.

 

A obrigação, imposta pelo Concílio Vaticano da Igreja Católica, de se trabalhar pelo ecumenismo foi frequentemente reafirmada por Paulo VI como por mim. Trabalhar pela unidade não é simplesmente deixar-se levar pela simpatia sentida, pela preferência pessoal; significa seguir com fidelidade e encarar verdadeiramente a posição da Igreja Católica. O Concílio recordou-nos que «a acção ecuménica não pode ser senão plena e sinceramente católica, quer dizer, fiel à verdade que recebemos dos Apóstolos e dos Padres …, e tendente para aquela plenitude com a qual o Senhor quer que o Seu Corpo cresça no decorrer dos séculos» (Unitatis Redintegratio, 24). Impõe-vos isto pesada responsabilidade: mas lembrai-vos que vos conforta graça abundante.

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/1979/november/documents/hf_jp-ii_spe_19791123_commissioni-ecumeniche.html#:~:text=A%20obriga%C3%A7%C3%A3o%2C%20imposta,conforta%20gra%C3%A7a%20abundante.

Pope Pius XI gave express approval of the Malines Conversations with the Anglicans (1921-1926).

VADEMECUM ECUMEN

http://www.christianunity.va/content/dam/unitacristiani/Documentazione%20generale/2020Vademecum/Vademecum-PT-GARAMOND.pdf

Papa Pio XI e o Ecumenismo

 

Singulari Quidem

 

 

CITAR Eugênio IV e os gregos

 

O Papa Pio XII deu um passo além. Em uma Instrução de 1950, ele acolheu expressamente o movimento ecumênico e o atribuiu à influência do Espírito Santo. Além disso, este Papa também abriu caminho para o Concílio com uma série de encíclicas inovadoras. Portanto, seria errôneo ignorar esta continuidade fundamental e ver o Concílio como uma ruptura radical com a tradição e o advento de uma nova igreja.” (PONTIGÁRIO CONSELHO PARA A PROMOÇÃO DA UNIDADE DOS CRISTÃOS, CONFERÊNCIA SOBRE O 40º ANIVERSÁRIO DA PROMURGAMENTO DO DECRETO CONCILIAR “UNITATIS REDINTEGRATIO”. (Rocca di Papa, MONDO MIGLIORE, 11,12 e 13 de novembro de 2004): INTERVENÇÃO DO CARDEAL WALTER KASPER, PRESIDENTE DO PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PROMOÇÃO DA UNIDADE DOS CRISTÃOS, quinta-feira, 11 de novembro de 2004

 

Singulari Quidem

 

O ECUMENISMO NEGA A ATIVIDADE MISSIONÁRIA?

 

defesa espirituosa da liberdade religiosa e da liberdade de consciência do Concílio Vaticano II com uma paralisia dos esforços missionários e de evangelização.

Cite Newman e Bento XVI

sobre o debate

 

Respeitar a liberdade de consciência das pessoas NÃO anula o espírito missionário.

A fé é um dom e uma escolha livre – mas para que alguém tenha a oportunidade de fazer uma escolha, a fé deve ser apresentada a ele de forma forte e convincente.

Catecismo Romano

Uma tradição abonada por Santo Agostinho faz remontar aos Apóstolos o costume de se oferecer orações e sacrifícios pelos que estão fora da Igreja : para que os infiéis consigam a fé ; que os idólatras se livrem de suas ímpias aberrações; que os Judeus, dissipadas as trevas de seu espírito, recebam a luz da verdade; que os hereges retornem ao bomsenso, e aprendam os princípios da doutrina católica; que os cismáticos,
apartados da comunhão da Santíssima Mãe Igreja, voltem a unir-se com ela, pelo vínculo da verdadeira caridade .

Aug. epist. 109 2; G atterer cita epist. 1 07 . – 66) C f r. As súplicas ou admoestações que se
faze m , n a Sexta-Feira S anta, pelos que estão separados da Igrej a . Nos tempos primitivos, eram reei·
tadas em cada S acrifício Eucarístico.

 

 

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Kertelen Ribeiro

Kertelen Ribeiro é uma ex-protestante convertida ao catolicismo romano. Sendo leiga, faz parte da Legião de Maria. Ama ícones, arte e se arrisca no desenho, mas ainda não sabe fazer sombra direito. Graduada em Letras – Português e pós-graduada em Tradução do Inglês pela Estácio, atua como tradutora freelancer e deseja servir a Cristo, se esforçando para fazer a Sua vontade. Livros sempre foram o caminho.

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Kertelen Ribeiro

Kertelen Ribeiro é uma ex-protestante convertida ao catolicismo romano. Sendo leiga, faz parte da Legião de Maria. Ama ícones, arte e se arrisca no desenho, mas ainda não sabe fazer sombra direito. Graduada em Letras – Português e pós-graduada em Tradução do Inglês pela Estácio, atua como tradutora freelancer e deseja servir a Cristo, se esforçando para fazer a Sua vontade. Livros sempre foram o caminho.

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