1. De onde vem a doutrina do purgatório?
Ela vem do Judaísmo.
A ideia de que nossas obras serão julgadas cresceu na literatura rabínica junto com a noção da imortalidade das almas, sendo registrada no texto bíblico à medida que a revelação divina se delineava com os profetas do Velho Testamento. Ainda assim, muitos discutiam a natureza desse juízo. Duas escolas rabínicas trataram desse tema, e ambas concordavam com a ideia de um estado intermediário, o que significa que tanto os judeus como os primeiros cristãos sustentavam que havia algum estado purgatorial após a morte. Óbvio que havia outros segmentos no Judaísmo do segundo templo, mas quando o Cristianismo surgiu, a comunidade dos cristãos primitivos abraçou a doutrina como sua. No Ocidente, a nomeclatura específica adotada para falar do estado em que se encontram as pessoas que sairão do juízo purificadas e entrarão no céu é purgatório, e embora haja disputas com orientais sobre pontos específicos, ninguém negava a existencia de um além intermediário em que as almas eram assistidas pelas orações dos vivos e podiam sair daquele estado de provação e entrar no céu. É importante dizer que a doutrina foi se delineando e se desenvolvendo à medida que a Igreja ia compreendendo melhor essa realidade. Paulo menciona em 1 Coríntios 3. 15 uma parcela de pessoas cujas obras, por serem de qualidade inferior, teriam sua salvação provada por um fogo, e conclui: “eles serão salvos ainda que pelo fogo”.
Você pode ler mais sobre o purgatório judaico aqui.
2. O que acontece quando você vai para o purgatório?
A purificação das almas salvas.
Nós compreendemos tratar-se de um estado temporário no qual se encontrarão após a morte as almas que já foram salvas por Cristo em vida, mas que devem ser retidas por certo tempo com o fim de que possam ser santificadas de todo apego ao pecado ou desordem causada por ele. Isso anula a falsa ideia de que o purgatório é uma “segunda chance”. Alguns padres e teólogos da igreja trataram do tema em termos espaciais, o que também ocorreu no Judaísmo, em que sábios como Eliezer Ben Hurcanus e seus discípulos, a cuja autoria é atribuída a obra Pirkei D’Rabbi Eliezer, falaram do purgatório como um lugar nas profundezas da superfície da terra [1]. O próprio Jesus usou uma analogia de lugar para tratar do tema, ou seja, a prisão de onde saem aqueles que pagam o último ceitil (Mateus 5: 25-26), o que mostra que a maneira como alguns retratam essa realidade não é uma questão tão fundamental ou um erro terrível. O importante é entender que todas essas figuras metafóricas revelam uma situação específica e uma condição que nós devemos buscar evitar. O purgatório não é um lugar, pois a eternidade não trata de grandezas assim, mas falar dele como um lugar não é propriamente um erro grotesco. De fato, neste estado, as almas são purgadas de impurezas remanescentes a partir do momento de sua morte, e antes de adentrarem na mansão celestial. Segundo a Bíblia, nada impuro pode entrar na Cidade Santa (Apocalipse21: 27) e ninguém pode ver a Deus se não for completamente santo (Hebreus 12: 14).
Por isso mesmo, o purgatório é um instrumento necessário da graça.
3. Como sair do purgatório?
Com a ajuda dos vivos.
Aquilo que foi dito acerca da noção espacial/territorial também pode ser dito da questão temporal, pois a duração da alma nesse estado não é algo muito literal. Isso nunca esteve definido da doutrina do purgatório, embora tenha sido alvo de muita especulação. Tal como não existe espaço na eternidade, também não existe o conceito de tempo neste estado. Alguns chegaram a fazer contas no passado, sobretudo na Idade Média, mas tais usos e inferências nunca foram pontos de certeza doutrinária, tampouco ensinamento ocifial da Igreja ou dogma. O ensino do purgatório, conforme declarado infalivelmente pelo Magistério, é simples. Há 3 pontos que todo católico deve guardar:
(1) Há pessoas que vão passar por uma purificação após a morte,
(2) Esse estado é descrito como desagradável e até doloroso [embora de uma maneira misteriosa],
(3) Os vivos podem acelerar a purificação das almas pelas orações e oferertas a Deus em favor daquele fiel defunto.
O sofrimento (purificação) no purgatório depende da gravidade dos pecados daquela alma. Mas também do amor de seus entes queridos e amigos, que pode aliviar sua dor e espera: dor por estar separada de Deus, espera porque suporta a correção pacientemente, em esperança, sabendo que sairá totalmente livre dali algum dia. Essa capacidade de os vivos antecipar a saída de mortos amados vem da doutrina da comunhão dos santos. Deus dispõe, é claro, de sua livre vontade para atender ou não a petição realizada pelo amor de entes falecidos, que sobe até Seu Trono na forma de intercessão. Isso mostra que devemos ter em mente que toda a nossa oferta de amor depende sempre do beneplácito da graça divina, que recebe ou rejeita o sufrágio dos vivos em favor dos seus mortos queridos.
4. A Bíblia menciona o purgatório?
Sim, mas, assim como algumas doutrinas [tais como o messianismo no Antigo Testamento e o pecado original no Novo], de forma implícita
O DIA DO JUÍZO É FREQUENTEMENTE CITADO NA BÍBLIA
AS OBRAS DE TODOS SENDO POSTAS À PROVA PELA FIGURA DE UM FOGO SANTO
¹¹ Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.
¹² E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, ¹³ A obra de cada um se manifestará; na verdade o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. ¹⁴ Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. ¹⁵ Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.
1 Coríntios 3:11-15
DEUS PROMETE LIMPAR SEUS FILHOS DE TODO PECADO
A doutrina do Purgatório é o pleno cumprimento da promessa de Deus de que Ele nos purificará e nos salvará de nossos pecados: “Ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mateus 1: 21). Alguns frequentemente citam o argumento de que o sacrifício de Jesus seria desnecessário se o purgatório existir, todavia, foi o sacrifício de Cristo que tornou possível a existência do purgatório. Veja mais sobre isso em Cristo anulou a necessidade do purgatório? A verdade é que, como São Paulo mencionou acima:, Ele é o fundamento sobre o qual se constrói o edifício da nossa vida e o que construímos será provado pelo fogo no Dia do Senhor! Sem Ele [o Fundamento], não haveria nada para ser salvo, pois é pelo fato de Deus ser fiel à sua promessa que nós podemos ter a certeza de que Ele nos salvará de nossos pecados, pois além de nos perdoar, nos purificará. Para negar essa verdade, você teria que chamar Deus de mentiroso, pois foi Ele quem disse que nos limparia de toda mácula de pecado:
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo e nos perdoará os pecados e nos PURIFICARÁ de toda injustiça.
1 João 1:9
Aspergirei água limpa sobre você, e você ficará LIMPO de todas as suas impurezas, e de todos os seus ídolos eu te LIMPAREI.
Ez 36:25
Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda? Quem poderá ficar de pé quando ele aparecer? Pois ele será como o fogo do fundidor ou o sabão do lavador. Ele se sentará como fundidor e purificador de prata; ele PURIFICARÁ os levitas e os refinará como ouro e prata.
Malaquias 3:2-3
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Gnosticismo vs Purgatório
Alguns dirão que a promessa de Deus É AUTOMÁTICA. Ele purifica de forma mágica seus filhos, ou finge que eles estão puros. Isso não é bíblico. Outros dizem que imediatamente após alguém morrer, ela simplesmente deixaria de estar suja com os pecados de sua vida, já que Jesus afirmou: “o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26: 41). Todavia, trata-se de uma má interpretação desse verso, pois desconsidera que o apóstolo Paulo elencou entre os pecados da carne inveja, soberba, idolatria, ódio (Gálatas 5:19-21), males que certamente não estão estritamente vinculados ao corpo de uma pessoa. Também é essa interpretação um erro quanto à natureza do pecado, e muitas vezes inclusive um erro quanto à natureza do próprio homem, isto é, um erro antropológico. Quem defende isso, acaba caindo em algum tipo de gnosticismo, pois considera o pecado como um mal residente apenas no corpo do homem, de maneira que se ele abandonar o corpo (que é o que ocorre com a morte), ele estará automaticamente pronto para o céu, santo e perfeito. Todavia, o pecado reside na alma, e a menos que a consciência morra com o corpo, é necessário que toda alma passe por uma purgação antes de entrar no céu.
A Purificação é, portanto, parte da Missão de Cristo para completar nossa Salvação
As Escrituras não ensinam que somos alvos como a neve assim que abandonamos o nosso corpo. A doutrina que ensina isso é o gnosticismo, não o cristianismo. Mesmo agora, na vida após a fé em Cristo, passamos por provações e disciplina, as quais nos santificam. Se alguém acredita que a disciplina é algo ruim, tal pessoa não está sendo influenciada pela Bíblia, mas pelo espírito moderno da nossa cultura. Alguns chegam a dizer que há de fato uma purificação, mas que a santificação que Deus promete só pode ocorrer nessa vida, e que a promessa de purificar os eleitos dada por Deus é apenas válida para quem está no corpo, entretanto, não há nenhuma indicação bíblica que confirme essa restrição. A Escritura afirma categoricamente a necessidade de purificação e de uma disciplina refinadora, seja nessa terra ou após a deixarmos, e já que o nosso mal não reside no corpo, a implicação mais óbvia é que há um estado pós-morte no qual isso se dará. Evidentemente, esse refinamento ou transformação deve se dar antes de nos encontrarmos face a face com o Cordeiro, pois Jesus disse: “vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus” (Mateus 5: 20). De fato, a referência ao fogo é uma figura que é ligada frequentemente à presença santa de Deus no julgamento dos homens. Tenha isso em mente, pois, meus caros: Deus diz que ninguém pode entrar no céu se não for santo e a Santidade não é algo automático, mas um processo. Nós cremos no purgatório porque DEUS NÃO FINGE QUE SEUS FILHOS SÃO SANTOS, MAS ELE OS FAZ SANTOS DE VERDADE!
A IMAGEM DO FOGO COMO FIGURA DA PRESENÇA SANTA DO JUIZ É RECORRENTE NA ESCRITURA
Ver Deus era o terror dos sábios do velho testamento, pois os profetas frequentemente explicavam que os homens poderiam morrer ao ver Deus diante deles, em razão da santidade de Deus e da pecaminosidade dos homens. Logo, podemos perceber facilmente pela lógica que pecado e Deus não se misturam, o que explica porque essa metáfora do fogo se tornou tão comum na bíblia para falar de Deus e de sua santidade. É evidente que não é fogo de verdade e literal, mas como é algo que foge à nossa realidade, Deus desejou fazer uso dessa similitude para que pudéssemos compreender. Dessa forma, podemos ter uma ideia de como será o encontro com o Juiz de nossas almas: assim como o fogo faz à matéria que entra em contato com ele, assim também será o efeito do pecado ou do mal diante da santidade divina. Apenas um edifício espiritual forte, isto é, uma alma preparada e desapegada do pecado, por estar sustentada em uma base firme e inabalável, poderá resistir às “chamas” do julgamento vindouro.
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Pois o nosso “Deus é um fogo consumidor”.
Hb 12:29
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Sobre a presença santa de DEUS COMO JUIZ E O USO DA METÁFORA DO FOGO, Confira a Encíclica de Bento XVI SPE SALVI 45-47, na qual o nosso antigo Papa relembra o posicionamento de alguns teólogos, que afirmavam o fogo purgatorial como o próprio Logos, Cristo, o Juiz que “queima ao mesmo tempo em que salva”. Leia também sobre como alguns Pais da Igreja entenderam a figura do fogo e do juízo de Deus no purgatório aqui.
Outros versos bíblicos revelam bem isso:
E o parecer da glória do Senhor era como um FOGO consumidor no cume do monte,
aos olhos dos filhos de Israel.
Êxodo 24:17
Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de FOGO, que há de devorar os adversários.
Hebreus 10:27
Porque o Senhor teu Deus é um FOGO consumidor, um Deus zeloso.
Deuteronômio 4:24
A BÍBLIA ENSINA:
A ORAÇÃO PELOS MORTOS, A LIBERAÇÃO APÓS PAGAR A MENOR DAS QUANTIAS E O PERDÃO NO MUNDO VINDOURO
Há, ainda, passagens na Bíblia que aludem à existência de um conceito como O PURGATÓRIO ao recomendar a oração pelos mortos, por exemplo. Ao considerarmos que os judeus antigos oravam [e ainda oram] pelos mortos, vemos que eles liam a Escritura assumindo estas ideias de uma maneira natural, e mesmo antes da época em que foi escrito o Novo Testamento. Quando a Bíblia menciona também a diferença entre tipos de pecados e tipos de castigos (Lucas 12: 43-50), em que alguns são lançados “fora” no Dia do Juízo, enquanto outros apenas são açoitados, isso também fica claro. O Livro dos Macabeus, no Antigo Testamento, menciona a oração pelos mortos (2 Macabeus 12:46) como uma prova da fé na ressurreição, e esse mesmo livro foi escrito mais de 150 anos antes de Cristo nascer, sendo lido pelos Pais da Igreja sem qualquer objeção com respeito a heresias. Isso revela que a prática era corrente no Judaísmo, fonte da doutrina cristiã primitiva, e continuou presente de forma ininterrupta na história cristã. Orar por alguém que já está no inferno ou no céu seria inútil. Orar pelos mortos só funciona se a alma estiver em algum ponto intermediário, o que é crido tanto por judeus como o foi por cristãos antigos que liam esses textos.
A ORAÇÃO PELOS MORTOS NO VELHO TESTAMENTO E NA CULTURA JUDAICA
Bendisseram, pois, a mão do justo juiz, o Senhor, que faz aparecer as coisas ocultas, e puseram-se em oração, para implorar-lhe o perdão completo do pecado cometido. O nobre Judas falou à multidão, exortando-a a evitar qualquer transgressão, ao ver diante dos olhos o mal que havia sucedido aos que foram mortos por causa dos pecados. Em seguida, organizou uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados. Belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição! Pois, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele acreditava que uma belíssima recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento. Eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas.
(2 Macabeus 12: 41-46)
Também no Evangelho de Mateus, como mencionado anteriormente, Jesus fala da possibilidade de alguém sair da prisão após ter pago o último quadrante (ceitil), o que confirma que até mesmo os menores pecados serão cobrados no Dia do Juízo (Por isso, vos afirmo que de toda a palavra fútil que as pessoas disserem, dela deverão prestar conta no Dia do Juízo – Mateus 12: 36). No mesmo livro, o Senhor menciona uma espécie de “perdão futuro”, o qual não se trata do mesmo perdão conferido à alma na terra (neste século atual), mas extrapola sua fronteira e é reservado para o século vindouro.
A LIBERTAÇÃO DA PRISÃO SOMENTE APÓS O PAGAMENTO DA DÍVIDA COBRADA ATÉ MESMO DO MENOR PECADO
Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.
Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.
(Mateus 5:25,26)
O PERDÃO NO SÉCULO FUTURO
“E quem disser alguma palavra contra o Filho do Homem será perdoado; mas quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem neste século nem no futuro”.
(Mateus 12:32)
Não podemos perder de vista o fato de que Jesus falava para um público judeu, para quem essas doutrinas (tanto o purgatório como as orações pelos mortos) não eram nenhuma novidade.
5. Quem vai para o purgatório?
Quem morre na amizade de Deus, mas ainda assim com penas temporais decorrentes de pecados
Como foi dito, o Purgatório não é uma nova chance de encontrar um lugar no Céu após a morte, mas uma purificação prometida por Deus aos seus filhos, já que Ele mesmo disse que “completaria a sua obra em nós até o dia de Cristo” (Filipenses 1:6), e que nós seríamos conformados ao seu Filho, libertos de toda mácula e pecado remanescente, seja na forma de algum apego desenfreado aos prazeres e ao mundo, ou na forma de uma desordem com a qual lutamos. O Purgatório não é uma esperança para os pecadores condenados e incorrigíveis, os quais se fecharam em si mesmos para Deus durante toda a vida e foram por isso endurecidos, mas é um caminho da graça e misericórdia para aqueles que não negaram a Deus, se situando na amizade com Ele, mas tendo pouca fé, não militaram nem fizeram uso da graça como deveriam, de modo a vencer todo pecado, e por isso ficaram entre os dois grupos, pecadores e santos. Volte ao texto de Paulo em 1 Coríntios 3:11-15.
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Veja que quando o apóstolo menciona os santos, ele diz: E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, […] Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Trata-se daqueles para quem Jesus disse que estavam reservados os grandes galardões no céu (Mateus 5: 12), pois morreram por causa do evangelho, e muitos, sendo perseguidos, venceram o mundo inteiro.
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O texto também menciona um outro fundamento que alguns tentarão colocar no lugar do fundamento verdadeiro que é Cristo. Os homens que criam diversos outros caminhos para opor a este único fundamento são os condenados. Eles não podem ficar de pé diante do Juiz pois não têm a Cristo.
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Mas há outra classe de homens, aqueles que embora tenham construído sobre este fundamento de Cristo, tal como os que receberão galardões no céu, não tendo buscado outro para opor ao que tem seu lugar de direito, como os condenados fazem, aqueles, contudo, o fizeram com materiais de baixa qualidade, não sendo tão perfeitos cristãos ou diligentes na obra de construção de sua vida interior espiritual. Por isso, o Apóstolo Paulo declara, a obra [deles] se queimará, e sofrerá detrimento; mas ainda assim serão salvos, passando pelo fogo.
Estes últimos são aqueles que irão para o purgatório.
Imagem Principal de Maria com as Almas no Purgatório do Museum of Fine Arts
de Luca Giordano
NOTA
[1] Esse Midrash diz: A baleia que engoliu Jonas mostrou a ele [a entrada para] Gehinom“.




