Foi impressionante a atividade missionária do Senhor Jesus Cristo em levar a Palavra do Reino de Deus a todos os homens e mulheres de sua época. Não importava o tempo em que “aquele homem da Galileia” pregava. Como Messias que era, em seu desígnio, além de curar, libertar, sarar, transformar o ser humano, estava o legado de levar o anúncio do Reino de Deus àquele povo judeu e aos povos das nações gentílicas. O primado dos profetas, com toda a profecia, plenificava-se no próprio Deus-homem, uma vez que deixou Seu Trono glorioso para estar com suas criaturas tão amadas. Na beira de um mar, na sinagoga, nos montes ou vilas. Sermões, parábolas, ensinos, doutrina, etc; o fato é que as pessoas ficavam impactadas com cada palavra que saía dos lábios daquele homem, o Deus Encarnado, que se fazia presente no meio dos homens pecadores. O Santo em meio aos homens decaídos!
O apóstolo Pedro, no início de seu ministério, atestou, quando pregava à casa de Cornélio:
“Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Por toda a parte, ele andou fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo diabo”.
(Atos dos Apóstolos 10, 38)
Você já imaginou que multidões de almas foram arrancadas das garras de Satanás a partir do momento em que o Senhor Jesus encarnou-se e veio habitar entre nós? Grande foi a guerra que Jesus travou com o império das trevas ao levar o anúncio do Reino de Deus, já que outro reino imperava no mundo até o dado momento. Em Cafarnaum, numa das curas realizadas pelo Senhor Jesus, percebemos isso claramente esclarecido pelas Sagradas Escrituras. Analise o que o próprio espírito maligno revela:
“Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: o Santo de Deus!”
(Marcos 1,24)
O inferno já sabia que seu tempo de “glória”, estava com os dias contados. Brevemente, os homens voltariam ao seu estado de comunhão e amizade com o próprio Deus! As algemas e grilhões ao pecado já não teriam mais sentido para todos os homens e mulheres que se renderiam ao Amor de Deus em suas vidas. Afinal de contas, como nos diz o apóstolo João em sua epístola: “O Filho de homem se manifestou para destruir as obras do diabo” (I João 3, 8b). Quando na cruz, Jesus entrega todo o seu ser como sacrifício verdadeiro ao Pai, derramando seu sangue pela humanidade, Ele adquire para Deus “gente de toda tribo, língua, povo e nação”. (Apocalipse 5, 9). Por isso, afirma o apóstolo Paulo em I Coríntios 6,20: “Fostes comprados, e por um preço muito alto!” Pronto! Não estamos mais em dívida com o pecado e nem mesmo com Satanás, já que “Não há nenhuma condenação para os que estão no Cristo Jesus!” (Romanos 8,1).
O agravante, no entanto, é que Satanás tenta, de todas as formas, fazer o gênero humano regressar ao seu afastamento para com Deus, já que não pode desfazer a Salvação que já nos foi conquistada pelo sangue do Senhor Jesus! Antes do retorno do Senhor e Salvador Jesus Cristo, sua tentativa será fazer os homens e mulheres que se renderam ao Filho de Deus com suas vidas e renunciaram ao pecado e a vida velha, se voltarem para trás, assim como o povo de Israel fez no deserto, para que não adentrem a Nova Canaã: os Céus, conquistado a muito preço pelo sangue de Jesus. Isso seria, portanto, a Apostasia. Sabemos que durante todo o tempo houve batalhas contra os escolhidos de Deus, mas nos últimos dias essa situação se aprofundará. Essa apostasia final, portanto, não é suscitada para atingir os incrédulos. Mas os fiéis seguidores de Jesus. Renegar a fé e deturpá-la é o maior desejo de Satanás nos últimos dias para os cristãos, pois ele “sabe que lhe resta pouco tempo” (Ap 12,12).
Conforme diz o Catecismo:
A ÚLTIMA PROVA DA IGREJA
675. Antes da vinda de Cristo, a Igreja deverá passar por uma prova final, que abalará a fé de numerosos crentes. A perseguição, que acompanha a sua peregrinação na Terra, porá a descoberto o «mistério da iniquidade», sob a forma duma impostura religiosa, que trará aos homens uma solução aparente para os seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A suprema impostura religiosa é a do Anticristo, isto é, dum pseudo-messianismo em que o homem se glorifica a si mesmo, substituindo-se a Deus e ao Messias Encarnado.
676. Esta impostura anticrística já se esboça no mundo, sempre que se pretende realizar na história a esperança messiânica, que não pode consumar-se senão para além dela, através do juízo escatológico. A Igreja rejeitou esta falsificação do Reino futuro, mesmo na sua forma mitigada, sob o nome de milenarismo, e principalmente sob a forma política dum messianismo secularizado, «intrinsecamente perverso».
677. A Igreja não entrará na glória do Reino senão através dessa última Páscoa, em que seguirá o Senhor na sua morte e ressurreição. O Reino não se consumará, pois, por um triunfo histórico da Igreja segundo um progresso ascendente, mas por uma vitória de Deus sobre o último desencadear do mal, que fará descer do céu a sua Esposa. O triunfo de Deus sobre a revolta do mal tomará a forma de Juízo final, após o último abalo cósmico deste mundo passageiro.
A Apostasia vai ser um forte tempo de crise de fé que acontecerá no âmbito do Cristianismo em detrimento da Impostura Religiosa que acontecerá nos últimos tempos da qual, muitos homens e mulheres que abraçaram a fé em Jesus Cristo, largarão a esse Deus e Reino maravilhosos para voltar as garras do Príncipe deste mundo.
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