Tive acesso ao seguinte documento: “18 razões porque não sou Católico Romano”. Esse documento foi desenvolvido por um suposto “ex-padre”. Surpreende-me o fato de as razões apresentadas por ele serem extremamente frágeis e falaciosas. Cabe a citação do profeta Oséias: “porque meu povo se perde por falta de conhecimento.” (Os 4,6). Farei uma breve resposta a algumas das 18 razões apresentadas pelo suposto “ex-padre”. Que o Espírito Santo ilumine todos que lerem essa minha resposta, “para que não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus artifícios Enganadores.” (Ef 4,14)
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13- Não sou Católico Romano porque não encontrei na Escrituras Sagradas a “Transubstanciação”, doutrina da hóstia transformada no corpo de Cristo (osso, carne, nervos, unhas, cabelos, sangue, espírito e divindade). A razão por que não encontrei é porque esta inovação foi criada no concílio de Latão em 1215 depois de Cristo.
Sobre a questão da doutrina da “Transubstanciação” – ou seja, de que Jesus Cristo está por inteiro, realmente e substancialmente presente no Pão e no Vinho depois da consagração –, é algo que foi ensinado pelo próprio Senhor Jesus! Na “Última Ceia”, na qual ele instituiu tanto o sacramento da Eucaristia (a Missa) como o sacramento da Ordem, fica nítido que o Senhor não estava falando que o pão e vinho eram apenas símbolos ou presença espiritual; mas sim, seu verdadeiro Corpo e Sangue. Leia mais sobre isso aqui. No discurso do “Pão da vida” em João capítulo 6 do versículo 48 em diante, Jesus deixa claro que sua carne é verdadeira comida e seu sangue verdadeira bebida; também diz que quem não comer sua carne e beber seu sangue não terá vida eterna; Jesus se proclama o “Pão do Céu”. Jesus é tão enfático que, mesmo perdendo vários seguidores, pergunta aos Apóstolos se também querem deixá-lo. De forma nenhuma Ele estava ensinando algo alegórico! São Paulo declara: “Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor.” (1 Coríntios 11,27). Não parece razoável alguém ser “culpável” do corpo e do sangue do Senhor se de fato não ocorre a transubstanciação das espécies do pão e do vinho, de modo que o que há na Missa de fato seja o Corpo, sangue, alma e divindade de Jesus Cristo que recebemos, quer seja somente na aparência do pão, quer do vinho, ou em ambos.
Imagem de Anthony van Dyck (Domínio Público)

Crer que a Igreja de Cristo se perdeu ou foi praticamente toda corrompida é incredulidade, é desacreditar nas palavras de Cristo: “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16,18). O protestantismo é resultado da rebelião e da ignorância do homem. A Igreja Católica, apesar de seus maus membros, foi fundada por Jesus Cristo e é guardada de todo erro.
O teólogo calvinista e clérigo holandês Herman Bavinck, em sua obra Dogmática Reformada, vol. 4, questiona a doutrina da Igreja em razão do testemunho dos sentidos: “A teoria da transubstanciação é firmemente contestada pelo testemunho de nossos sentidos, pela visão e pelo tato, pelo olfato e pelo paladar. Nossos sentidos têm direito de se manifestar aqui porque pão e vinho estão dentro de sua área de atuação e ambos podem e devem ser julgados por eles. (BAVINCK, pg 577) Santo Ambrósio de Milão (339 – 397 d.C.), professor e pai espiritual de Santo Agostinho de Hipona e grande defensor da ortodoxia cristã, no entanto, defendendo a mudança de Natureza da Eucaristia contra aqueles que confiavam nos seus próprios sentidos em detrimento da Fé na Palavra de Deus, declara:
51. Moisés segurava uma vara, ele a lançou e ela se tornou uma serpente (Êxodo 4:3-4). Novamente, ele pegou a cauda da serpente e ela voltou à forma de uma vara. Você vê que em virtude do ofício profético houve duas mudanças, tanto da natureza da serpente quanto da natureza da vara. As correntes do Egito corriam com um fluxo de água pura; de repente, o sangue começou a jorrar das fontes e ninguém conseguia beber do rio. Novamente, por oração do profeta, o sangue cessou e a natureza da água retornou. O povo dos hebreus estava encerrado por todos os lados, cercado por um lado pelos egípcios, e por outro pelo mar; Moisés ergueu sua vara, a água se dividiu e endureceu como muros, aparecendo um caminho para os pés entre as ondas. O Jordão, voltando atrás, retornou, contrariando a natureza, à fonte de seu riacho (Josué 3:16) Não está claro que a natureza das ondas do mar e da corrente do rio mudou? O povo dos pais teve sede, Moisés tocou a rocha e da rocha jorrou água. Êxodo 17:6 A graça não produziu um resultado contrário à natureza, de modo que a rocha derramou água que por natureza ela não continha? Mara era um riacho muito amargo, de modo que o povo sedento não podia beber. Moisés jogou lenha na água, e a água perdeu seu amargor, que a graça de repente amenizou (Êxodo 15:25).
54. O próprio Senhor Jesus proclama: Este é o meu corpo. Mateus 26:26 Antes da bênção das palavras celestiais se fala de outra natureza, depois da consagração significa o Corpo. Ele mesmo fala do Seu Sangue. Antes da consagração tem outro nome, depois é chamado de Sangue. E você diz: Amém, isto é, é verdade. Deixe o coração confessar o que a boca diz, deixe a alma sentir o que a voz fala.
55. Cristo, então, alimenta a Sua Igreja com estes sacramentos, por meio dos quais a substância da alma é fortalecida, e vendo o progresso contínuo da sua graça, Ele diz-lhe com razão: Quão lindos são os teus seios, minha irmã, minha Esposa, como ficam lindas com o vinho, e o cheiro das tuas vestes está acima de todas as especiarias.
É curioso que esse suposto “ex-padre ” em nenhum momento cita os escritos dos primeiros cristãos como o Santo Ambrósio acima. Sabe o motivo disso? Porque os eles eram católicos! Santo Inácio de Antioquia, São Justino Mártir, Santo Irineu de Lion, São João Crisóstomo, Santo Agostinho, São Jerônimo, etc, eram fiéis católicos, que acreditavam tanto na Eucaristia (para citar apenas esses dois casos).
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