Recentemente, vi alguém compartilhar este tweet de Josh Buice, o fundador do G3 Ministries:
We can be certain that Luther, Calvin, Knox, Tyndale and other figures of the Reformation were not making decisions about defending the faith by calculating their career advancement and protecting their platform.
Faithful men stand up.
Faithful men speak up.
— 𝙅𝙤𝙨𝙝 𝘽𝙪𝙞𝙘𝙚 (@JoshBuice) October 28, 2021
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Podemos estar certos de que Lutero, Calvino, Knox, Tyndale e outras figuras da Reforma não tomaram suas decisões com respeito à defesa da fé calculando seu progresso na carreira e protegendo sua plataforma.
Homens fiéis levantem-se.
Homens fiéis falem.
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O sentimento a que refere é ótimo, mas ele dificilmente poderia ter escolhido exemplos piores: uma das razões pelas quais Martinho Lutero, João Calvino e John Knox evitaram morrer por suas crenças é que eles demonstraram ter uma capacidade notável de adotar crenças novas e mais politicamente aceitáveis a qualquer momento. (Tyndale, apesar de todas as suas falhas, foi consistente e por isso foi executado). Portanto, não resisti e decidi apontar algumas das flagrantes hipocrisias políticas desses três reformadores. Por exemplo:
Os protestantes são livres para fazer das ideias de Lutero o que quiserem, embora eu suspeite que a ideia de entregar o controle das igrejas às autoridades seculares não soa mais tão atraente quanto soava para Lutero. Meu ponto é simplesmente que entre 1518 e 1520, Lutero executou uma notável mudança de 180 graus. Ele jurou fidelidade ao papa “aconteça o que acontecer” quando pensou que isso beneficiaria sua causa e, quando não o fez, denunciou o papa como o anticristo e prometeu apoio às autoridades mundanas.
Em 1558, John Knox escreveu The First Blast of the Trumpet Against the Monstrous Regiment of Women (Em Português O Primeiro Toque da Trombeta Contra o Monstruoso Governo das Mulheres) para denunciar a católica Rainha Mary. Knox negou sua legitimidade como rainha da Inglaterra, insistindo que as mulheres “nunca podem governar ou ter um poder acima do homem”, porque “a mulher pela lei de Deus e pela interpretação do Espírito Santo é totalmente proibida de ocupar o lugar de Deus nos ofícios acima mencionados, que ele designou para o homem, a quem ele nomeou e ordenou seu general na terra, excluindo dessa honra e dignidade todas as mulheres.”
Mas então uma coisa estranha aconteceu: Mary morreu e sua meia-irmã protestante, Elizabeth I, tornou-se rainha. Será que Knox continuaria sua oposição ao império feminino baseada em seu princípios? Não, não continuaria. Ele rapidamente escreveu à infeliz rainha, dirigindo-se a ela como “a virtuosa e piedosa Elizabeth, pela graça de Deus, rainha da Inglaterra”, e insistindo que nada em sua obra The First Blast “é, nem poderia ser prejudicial ao regime justo de sua graça,” um reinado pelo qual “estou sedento e pelo qual – como ficará na memória – dou graças sinceras a Deus”. Elizabeth permaneceu impassível com a bajulação de Knox, proibindo-o de entrar na Inglaterra.
Calvino rapidamente se viu envolvido no escândalo de Knox, pois ele o havia aconselhado em particular… mas depois se distanciou do homem depois que o livro de Knox se tornou controverso, alegando nem mesmo ter conhecimento dele. Se esse tipo de coisa lhe interessa, há mais de onde isso veio.




