O AMOR VEM DE DEUS
Não temos as pessoas que amamos junto de nós para sempre, e dizer o quanto nos importamos com elas, abraçá-las e falarmos do amor de Deus é inestimável. Por favor, não guarde consigo o amor. O amor é como uma luz em meio à escuridão. Decida deixar que essa luz brilhe em sua vida e não permita que ela se apague. O casamento traz um andar a dois, com diversos momentos de crise e de dificuldade misturados aos momentos de vitória e alegria. É nesse cenário que você deve fazer uma escolha: amar ou não. O amor é uma fonte inesgotável, pois flui dAquele que é amor. Por isso o Apóstolo declarou: O amor jamais acaba! (1 Co 13: 8) É importante saber, no entanto, que diversas decisões podem torná-lo mais frio e distante. Enquanto caminhamos, podemos decidir andar perto do Amor ou nos afastar dele.
O MEDO É INIMIGO DO AMOR
O medo é um dos principais meios pelos quais as pessoas se afastam do amor, pois elas temem mais sofrer do que desejam ser felizes. Não tenha medo de ser feliz, não tenha medo de sofrer, e acima de tudo não tenha medo de amar alguém. O Amor vem de Deus, e, como Ele mesmo disse, “Melhor é serem dois do que um”… Não tenha medo de se decepcionar, pois cedo ou tarde, todos nós sofremos e passamos por decepções, desilusões, mas o importante é nos perdoarmos por isso e prosseguirmos sempre juntos, pois todos nós erramos, mas também todos nós aprendemos com os erros, e somos mais fortes quando não estamos sozinhos. Você também já deve ter decepcionado alguém. Nunca tenha medo de amar, pois Deus está com você e cuida de você, e posso garantir, dos seus relacionamentos também:
No Amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor.
1 João 4:18
É nesse sentido que Deus por meio de São Paulo, orienta as mulheres mais velhas a ensinar as mais jovens a amar os seus esposos: “Assim, poderão orientar as mulheres mais jovens a amarem seus maridos e seus filhos, a serem prudentes e puras, a estarem ocupadas em casa, e a serem bondosas e sujeitas a seus próprios maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja difamada”. (Tito 2:4,5) É evidente que não é uma tarefa muito difícil para uma mulher amar os seus filhos, ainda que o fato de a Escritura ter citado isso possa indicar que seja em alguns casos, todavia, culturalmente, a dificuldade maior talvez se encontre no ato de amar o esposo. O mesmo é dito aos homens:Maridos, cada um de vocês deve amar a sua esposa, assim como Cristo amou a igreja e entregou‑se por ela para santificá‑la […] Da mesma forma, os maridos devem amar, cada um, a sua esposa como ao seu próprio corpo. Quem ama a sua esposa ama a si mesmo. Efésios 5:25-28, 33.
O AMOR EXIGE RESPONSABILIDADE
Não é surpresa para ninguém que os casamentos atuais estão em crise, sendo o matrimônio considerado hoje em dia uma instituição em declínio. Muitos são os casos de adultério, de divórcio e alguns dos que sobrevivem a isso são repletos de traumas e mágoas, com degeneração e desrespeito crônico. Isso gera um reflexo, sobretudo nos jovens, que não veem mais o casamento como um caminho desejável. Os jovens não veem mais um bom exemplo por parte dos mais velhos, o que faz com que a palavra de Deus seja difamada. Quando não cumprimos nosso papel e falhamos, acabamos deixando o rastro de dor e de dano em nossa comunidade. É óbvio que há muitos casamentos bem-sucedidos, e eles devem brilhar e se tornar destaque para todos, além de um exemplo para o benefício da sociedade, todavia, a realidade dos números não nega a crise que esse sacramento vem sofrendo. Se quisermos fazer a diferença, teremos de pagar um preço. E o preço é fazer as esccolhas corretas. Lembre-se de regar seu relacionamento com orações e com o cuidado delicado de quem ama, doçuras e afetos são sempre importantes, pois o Amor nunca acaba (1Co 13: 8), mas ele pode esfriar. Descaso, palavras duras, falta de atenção e respeito causam o esfriamento do amor, e “o irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte; e as contendas são como ferrolhos de um palácio” (Pv 18: 19): palavras têm o poder de produzir bênçãos ou maldições, de curar e de ferir. Escolha usar palavras de força e motivação em sua vida, pois de uma fonte boa não jorra água suja, não é mesmo? Mas é claro que só palavras não bastam.
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1) Priorize quem está com você e se esforce para ser gentil
Muitas vezes, priorizamos o bom tratamento dirigido a pessoas de fora, mas isso nunca foi sábio. Sua família é como uma fortaleza, se você não se esforça para cuidar de cada membro, haverá fraquezas para que possíveis inimigos entrem e causem estragos. O Papa Francisco apresenta uma série de conselhos para tratar os familiares em sua Encíclica Amoris Laetitia:
92: “Ser paciente não significa deixar-se maltratar constantemente, tolerar agressões físicas ou permitir que outras pessoas nos usem”.
93: “A palavra [traduzida como “gentil”] é usada apenas aqui em toda a Bíblia. É derivada [da palavra grega usada para] uma pessoa boa, aquela que mostra sua bondade por meio de ações. Aqui, há estrito paralelismo com o verbo precedente [paciência]. Paulo quer deixar claro que a ‘paciência’ não é uma atitude completamente passiva, mas que é acompanhada de atividade, de uma interação dinâmica e criativa com os outros”.
97: “Quem ama não só se abstém de falar muito de si mesmo, mas também se concentra nos outros; ele não precisa ser o centro das atenções.”
99: “Amar é também ser gentil e atencioso. [A palavra grega] indica que o amor não é rude ou indelicado; nem é severo.”
2) Se esforce para Orar por seu cônjuge
Entregue a pessoa amada, seu futuro com ela, seus planos sempre a Deus e coloque o Senhor sempre em sua vida a dois. Esse é um hábito que você deve cultivar. Se você ainda não percebeu o que significa amar verdadeiramente alguém, saiba que um dos indícios que apontam para isso é a oração. Orar exige esforço e disciplina. Ninguém faz isso por alguém com quem não se importa. Não aja como se somente seus sonhos, seus desejos, só suas metas importassem, nunca seja egoísta; vocês devem crescer juntos, construindo juntos: vocês são dois, porém unidos como um só, em um laço de amor! E esse laço só permanece firme se tiver três dobras, a sua, a do cônjuge, e a de Deus. “O cordão de três dobras não se arrebenta com facilidade.” (Ec 4:9-12)
3) Não guarde Mágoas
Uma das ervas daninhas mais perigosas que destróem o amor é o ressentimento. A Escritura ensina que não podemos nos apresentar diante de Deus para levar nossa oferta se de coração não tivermos perdoado nossos irmãos: “Reconcilia-te sem demora com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele…” – Jesus (Mateus, 5:25) Se isso é perigoso para nossos amigos próximos, quanto mais para a pessoa mais importante com quem Deus nos uniu para caminharmos nesse mundo, o nosso cônjuge. Deus nos salve de sermos lançados na prisão por conta de uma mágoa e de um perdão não dado. Embora difícil, convém que percebamos que nossa existência nessa vida é curta e logo nos encontraremos com Aquele com quem prestaremos contas. É muito melhor termos uma alma leve e repleta de paz, clemência e compaixão do que entrarmos na vida carregados de ódio e rancor. Sejamos como crianças em nosso coração, pois isso garantirá que Deus nos perdoe as dívidas, conforme a oração do Pai Nosso, assim como perdoamos aos nossos devedores. O perdão também é uma escolha. Como o Papa Francisco diz:
59: “O nosso ensinamento sobre o matrimônio e a família não pode deixar de ser inspirado e transformado por esta mensagem de amor e de ternura; caso contrário, torna-se nada além da defesa de uma doutrina seca e sem vida”.
119. Na vida familiar, é preciso cultivar esta força do amor, que permite lutar contra o mal que a ameaça. O amor não se deixa dominar pelo ressentimento, o desprezo das pessoas, o desejo de se lamentar ou vingar de alguma coisa.
4) Exercite a Paciência e a Caridade
Há cristãos que acabam se casando com pessoas de outras religiões. São os chamados “matrimônios mistos”. O que fazer nesses casos? A Igreja não aconselha tal escolha, mas uma vez que o fiel se encontre nessa circunstância por algum motivo, se ocorreu porque contraiu bodas antes de uma compreensão mais madura da doutrina ou por outra peculiaridade, não se separe do seu cônjuge, mas exercite o amor cristão e a paciência. É verdade que vocês terão muitos desafios e dificuldade, tendo de passar por maiores problemas do que uma situação comum de um casamento entre pessoas de mesmo credo e fé. Todavia, não é o fim, e sofrer pelo amor é uma forma de seguirmos os passos de Jesus:
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- «As questões relacionadas com os matrimónios mistos requerem uma atenção específica. Os matrimónios entre católicos e outros baptizados “apresentam, na sua fisionomia particular, numerosos elementos que convém valorizar e desenvolver quer pelo seu valor intrínseco quer pela ajuda que podem dar ao movimento ecuménico”.
- «Os matrimónios com disparidade de culto constituem um lugar privilegiado de diálogo inter-religioso (…). Comportam algumas dificuldades especiais quer em relação à identidade cristã da família quer quanto à educação religiosa dos filhos. (…) Enfrentam desafios peculiares os casais e as famílias, nos quais um dos cônjuges é católico e o outro não-crente. Em tais casos, é necessário testemunhar a capacidade que tem o Evangelho de mergulhar nestas situações para tornar possível a educação dos filhos na fé cristã.
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As pessoas pensam que vão convencer outras com argumentação humana, com muitas palavras e barulho, mas Cristo nos deixou o maior exemplo, ao demonstrar que somente com seu Amor é que nós venceremos o mundo. Isso não significa uma relativização da verdade ou um abandono da ideia de missões, mandamento que o Senhor nos deu, mas nos livra do proselitismo infrutífero e enfadonho, sobretudo em nossos lares. Essa é a diferença que devemos cultivar, pois nós somos cristãos! Nós servimos ao Deus que é Amor e que nos conduz em Paz. VAMOS MOSTRAR A TODOS A VERDADE POR MEIO DE NOSSO BOM PROCEDIMENTO E PELA NOSSA CONDUTA IRREPREENSÍVEL, PARA QUE O MUNDO TESTIFIQUE, ASSIM COMO A SUNAMITA, DIANTE DE ELISEU: “Eis que este verdadeiramente é um santo homem de Deus” (2 Reis 4: 9), ou uma mulher. Se sua família ainda não converteu ao Senhor Jesus (e muitos até afirmam que isso nunca acontecerá), continue orando, seja manso, tenha amor e o caráter de Cristo, que todos têm seu tempo para caminharem em direção a Jesus, basta não desistir e perseverar. Jamais desista das pessoas. Essa é a mensagem do Evangelho:
Pregue a palavra, em tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda paciência e ensino. Porque virá tempo em que não suportarão a Sã Doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da Verdade, mas se voltarão às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faz a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério. (2 Tm 4: 2- 5)
Contudo, a Igreja nos orienta a ter cautela e se guardar do proselitismo, o que pode tornar a convivência familiar insuportável. Se sua casa se torna um campo de guerra e uma arena de argumentos e soberba, ela jamais pode ser aquilo que Deus projetou. Às vezes é melhor valorizar o silêncio, e uma vida devotada trará um testemunho vivo, regado pelas orações constantes. O Amor de Cristo é que nos concede o que falta, posto ser o vínculo da perfeição, e é seu Testemunho que nos orienta que somos chamados a uma atitude de mansidão e de respeito: “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.”(Zacarias 4:6)




