Feliz Páscoa para aqueles que erraram na Quaresma (e para aqueles que não erraram)!

Joe Heschmeyer

Joe Heschmeyer

A sua Quaresma não correu como planejado? Você fez muitas resoluções e depois falhou na maioria delas? Ou pode ser que talvez você não tenha conseguido cumprir nenhuma resolução para a Quaresma e meio que se perdeu na Páscoa. Bem, se isso se aplica a você, então São João Crisóstomo tem uma mensagem para você:

 

FELIZ PÁSCOA

 

De fato, quero dizer algumas palavras às pessoas que se sentem bem com relação às jornadas quaresmais e depois àquelas que se sentem mal por causa delas. Ontem à noite, quando estávamos saindo da Vigília Pascal (que por acaso foi de cair o queixo, mas demorou pouco menos de 3 horas), minha esposa brincou que havíamos “ganhado” algum tipo de junk food para comemorar. Foi especialmente difícil para minha mulher ficar de pé, sentada e ajoelhada agora que ela está muito grávida (sim, é assim que estamos anunciando!). E definitivamente há uma sensação de realização em participar de toda a Liturgia do Tríduo ( se você tiver chance, eu realmente incentivo a ir!). Mas isso nos levou a falar sobre como a beleza da Páscoa se encontra no fato de que você não pode realmente “ganhá-la” e que você realmente não precisa fazer isso.

No final da Quinta Leitura da Vigília (já mencionei que é uma longa liturgia?), nós pedimos a Deus que “aumente graciosamente a saudade do seu povo, pois somente sob o impulso da sua graça os fiéis progridem em qualquer tipo de virtude.” Em outras palavras, Jesus não estava brincando quando disse: “sem mim nada podeis fazer” (João 15:5). Portanto, se você fez algum progresso espiritual durante esta Quaresma, essa é uma importante palavra que você deve manter em mente. Você realmente estava receptivo àquilo que Deus queria fazer através de você. Por que isso é importante?

 

Primeiro: é uma forma de controlar o orgulho. Gosto de culpar as circunstâncias pelos meus pecados, ao mesmo tempo em que dou todo o crédito a mim mesmo quando as coisas vão bem. Isso minimiza meu livre arbítrio (no primeiro caso) e minimiza a graça de Deus (no segundo).

Segundo: é realmente muito encorajador. É fácil olhar para mim mesmo e dizer: “Não consigo, não consigo me tornar o Santo que Deus quer que eu seja”. E sozinho, é completamente verdade. Mas se todo ganho é realmente apenas Deus trabalhando através de mim e eu sendo receptivo e cooperando (e até mesmo minha cooperação é uma graça!), então não importa que eu seja pequeno demais para escalar a montanha sozinho.

Terceiro: é uma ocasião para o louvor. Podemos facilmente ser os leprosos curados e nem pensar em agradecer a Jesus por isso (Lucas 17:11-19).

 

Mas tendo dito tudo isso, e no caso de você hoje estiver perguntando: “Espere, já é Páscoa? O que aconteceu com a Quaresma?” Essa é a quarta e última coisa que é ótimo quando nos recordamos que tudo é graça. Como você não pode merecer, não precisa se perguntar: “sou digno?” (hey, psiu, você não é). Um amigo meu (em outra grande conversa pós-Vigília) estava falando sobre como é linda esta homilia de Páscoa de São João Crisóstomo. Vale a pena ler na íntegra, mas aqui está a parte que mais quero compartilhar:

 

Pois o Senhor é misericordioso e recebe os últimos como os primeiros.
Ele dá descanso ao que chega na hora undécima,
bem como àquele que trabalhou desde o início.
A este Ele dá, e a outro Ele concede.
Ele aceita as obras enquanto saúda o esforço.
A obra Ele honra e a intenção elogia.

Entremos todos no gozo do Senhor!
O primeiro e o último recebem sua recompensa;
ricos e pobres, alegrem-se juntos!
Sóbrio e preguiçoso, comemorem o dia!

Vocês que mantiveram o jejum e vocês que não o fizeram,
regozijem-se hoje porque a Mesa está ricamente carregada!
Deleitem-se regiamente com isso, o bezerro é gordo.
Que ninguém vá embora com fome. Participem, todos, do cálice da fé.
Desfrutem de todas as riquezas da Sua bondade!

Que ninguém sofra com sua pobreza,
pois o reino universal foi revelado.
Que ninguém lamente por ter caído repetidas vezes;
pois o perdão ressuscitou da sepultura.
Que ninguém tema a morte, pois a Morte do nosso Salvador nos libertou.
Ele a destruiu ao suportá-la.

 

Em outras palavras, este não é o momento para cair na auto-aversão pós-Quaresma ou na auto-parabenização pós-Quaresma. Este é um momento para cair de joelhos e agradecer a Deus pela Ressurreição de Jesus. Então, quer você tenha estragado tudo ou tenha acertado, a mensagem é a mesma: FELIZ PÁSCOA!

 

Foto de Alicia Quan na Unsplash

 

Tradução de Kertelen Ribeiro
Texto Original: Happy Easter to Those Who Screwed Up Lent (And Those Who Didn’t)!
Todos os direitos reservados a  JOE HESCHMEYER

Picture of Joe Heschmeyer

Joe Heschmeyer

Nativo de Kansas City, Joe Heschmeyer é um apologista da equipe do Catholic Answers. Sendo autor, palestrante, blogueiro e podcaster popular, ele ingressou no apostolado em março de 2021, após três anos como instrutor na Holy Family School of Faith em Overland Park, Kan. Atuou como advogado em Washington, D.C., recebeu seu título de Juris Doctor pela Georgetown University em 2010, depois de se formar em história pela Topeka's Washburn University. Mantém parceria agora como colaborador regular do site Catholic Answers, mas também teve uma atuação ampla na apologética antes disso, com um blog em seu próprio site chamado “Shameless Popery”. Até o momento, ele é autor de quatro livros, incluindo Pope Peter e The Early Church Was the Catholic Church.

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Nativo de Kansas City, Joe Heschmeyer é um apologista da equipe do Catholic Answers. Sendo autor, palestrante, blogueiro e podcaster popular, ele ingressou no apostolado em março de 2021, após três anos como instrutor na Holy Family School of Faith em Overland Park, Kan. Atuou como advogado em Washington, D.C., recebeu seu título de Juris Doctor pela Georgetown University em 2010, depois de se formar em história pela Topeka's Washburn University. Mantém parceria agora como colaborador regular do site Catholic Answers, mas também teve uma atuação ampla na apologética antes disso, com um blog em seu próprio site chamado “Shameless Popery”. Até o momento, ele é autor de quatro livros, incluindo Pope Peter e The Early Church Was the Catholic Church.

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