PARTE 8 – A NEGAÇÃO DA DIVINDADE: O sono da alma de Lucas Banzoli o faz blasfemar contra Cristo e aceitar uma heresia condenável acerca da natureza essencial de Deus, levando-o assim a abandonar por completo a Fé Cristã
Lucas Banzoli é um escritor teológico brasileiro muito ativo, que nega que Jesus seja imutável em Sua natureza divina (ou seja, a julgar pelo padrão do teísmo clássico trinitário, ele basicamente nega que Jesus seja Deus; e portanto, não pode ser classificado como trinitário ou como cristão). Ele tem mestrado em teologia, graduação e pós-graduação em história, licenciatura em letras e é professor de história, autor de 25 livros, além de blogueiro (todavia, no momento inativo) de ao todo seis blogs. Ele continua ativo no YouTube. Esta é minha 42ª refutação dos escritos de Banzoli. Desde 25/05/22 ele não havia escrito uma única palavra em resposta, até que ele respondeu em 22/11/22 à Parte 5 da minha série de artigos sobre as almas. Por qual motivo? Porque (segundo ele) meus artigos são “sem exceção pobres, superficiais e fracos” e meu “objetivo” era “não refutar nada, mas apenas exaurir [meu] oponente”. De fato, meus escritos são tão ruins que “apenas uma pessoa com deficiência cognitiva grave estaria inclinada a levá-los a sério”. Ele não “perdeu tempo lendo” 37 das minhas 40 respostas (sendo apenas três artigos a sua evidência da inutilidade de todos os meus mais de 4.000 artigos e 51 livros escritos). Ele também negou que eu tivesse um “emprego” e alegou que eu não “trabalhava”. Eu descartei esses e outros insultos caluniosos na minha conta pessoal do Facebook em 13/11/22 . Mas Banzoli achou que me responder era tão “divertido” que ele “fará questão de refutar” meus artigos “um a um”. Meu esforço atual é uma longa resposta (dividida em várias partes) ao livro autopublicado de 1.900 páginas de Lucas Banzoli, A Lenda da Imortalidade da Alma, publicado em 1º de agosto de 2022. Ele afirma ter “coberto em profundidade todos os argumentos imortalistas” e ter “apresentado todas as evidências bíblicas da morte da alma…” Além disso, ele afirmou com confiança: “a imortalidade da alma está na raiz de quase todo engano destrutivo e religião falsa”. Ele mesmo admite na página 18 de sua Introdução que aquilo a que ele se opõe é defendido por “quase todos os cristãos do mundo”. Um erro antibíblico sincero (e presumo a sinceridade de Banzoli) não é menos perigoso do que uma mentira deliberada, e nós, apologistas, seremos “julgados com maior rigor” por quaisquer ensinos falsos que espalharmos (Tg 3:1).
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A partir de agora, passarei a tratar dos erros de Lucas Banzoli. Suas palavras estarão escritas em vermelho vinho.
Banzoli:
Um caso semelhante pode ser visto quando o salmista exclama: “Tenho a minha vida [nephesh] em minhas mãos continuamente, mas não me esqueço da tua lei.” (Sl 119:109). Devemos nos perguntar, a que perigo sua alma sempre esteve exposta? Um “perigo” de permanecer vivo (porque não pode morrer) e entrar na presença de Deus? Parece que não. Obviamente, o perigo a que o salmista se refere é o de sua nephesh morrer nas mãos de seus perseguidores, tema muito frequente nos Salmos. Isso porque eles não viam a alma como uma entidade imortal pertencente a outro mundo, mas, ao contrário, como algo tão vulnerável quanto qualquer parte do corpo. (pág. 142)
Entregar a alma – Se alguém pode arriscar a alma, no sentido de expor a alma ao risco de morte, também pode dar a alma, no sentido de submetê-la voluntariamente à morte por conta de alguém. Essa linguagem foi muito usada por Jesus no NT, mas já havia sido usada a respeito dele desde Isaías, que profetizou que Deus “faria da sua alma uma oferta pelo pecado” (Isaías 53:10). (pág. 143)
“Como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua alma em resgate por muitos” (Mateus 20:28 [Tradução Literal de Smith]). É a psique que se encontra no grego. (pág. 144)
Seguindo essa linha, Banzoli citou mais quatro passagens:
João 10:11, 15, 17 Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida [psiquê] pelas ovelhas… . [15] . . . Eu dou minha vida [psiquê] pelas ovelhas.. . . [17] . . . Eu dou minha vida [psiquê]. . .
João 15:13 Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida [psiquê] pelos seus amigos.
É fascinante. Segundo a linha de argumentação que Banzoli vem perseguindo vigorosamente e de forma zelosa nas páginas anteriores, esta é a prova segura de que uma alma deixaria de existir. Uma vez que para Banzoli e seus companheiros defensores do sono da alma, a alma é simplesmente o próprio homem, e se ela for obliterada, o homem vai junto, sendo ele idêntico a ela, segue-se que nosso Senhor Jesus Cristo de alguma forma intentou para que Ele mesmo deixasse de existir (veja Jo 10:17-18 abaixo), e de fato Ele deixou de existir quando deu Sua alma como resgate por todos os seres humanos.
19 páginas depois, ele explica seus pontos de vista – tornando-os tão claros quanto possível:
Em todos esses textos, a vida (aqui retratada como alma-nephesh) é tirada porque não resta vida, e não porque foi transferida para outra dimensão. Da mesma forma, na ressurreição, a vida retorna porque o indivíduo volta a existir como um ser vivente ou como uma alma vivente, não porque ele estava vivo em outro lugar e depois teve que retornar ao corpo. (pág. 163)
A vida só é possível de ser experimentada no corpo presente ou no corpo da ressurreição, […] os hebreus não imaginavam a alma como um fantasma que sobrevive fora do corpo, mas apenas como a vida que se vive no corpo. Portanto, matar o corpo era matar a alma, … (pág. 165)
A menos que Banzoli nos explique que com Jesus é diferente, nos parece que ele acredita que o Senhor esteve sujeito aos mesmos processos. Isso é muito interessante, não é?: o fato de que Deus Filho pode deixar de existir. Não importa que Jesus diga sobre Si mesmo: “Antes que Abraão existisse, EU SOU” (João 8:58: existência eterna, dando ouvidos à revelação de Deus sobre Si mesmo a Moisés na sarça ardente). Não importa o que a Sagrada Escritura diz sobre Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre” (Hb 13:8). Além de considerar essas verdades óbvias da cristologia, sabemos que Jesus ainda existia após Sua morte, porque desceu ao Sheol para pregar aos cativos:
Harrowing of Hell (Hosios Loukas) – Domínio Público
Por isso é que foi dito: “Quando ele subiu em triunfo às alturas, levou cativo muitos prisioneiros, e deu dons aos homens”. (Que significa “ele subiu”, senão que também descera às profundezas da terra? Aquele que desceu é o mesmo que subiu acima de todos os céus, a fim de encher todas as coisas.)
Efésios 4:8-10
Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão que há muito tempo tiveram sido desobedientes, […]
1 Pedro 3:18-20
Jesus também afirmou que ressuscitou dos mortos:
Jesus lhes respondeu: “Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias”. Os judeus responderam: “Este templo levou quarenta e seis anos para ser edificado, e o senhor vai levantá-lo em três dias? ” Mas o templo do qual ele falava era o seu corpo.
João 2:19-21
Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai”.
João 10:17,18
Observe as implicações iniciais do “raciocínio” de Banzoli: Jesus entregou Sua alma na cruz; para Banzoli, isso significa que Ele deve ter deixado de existir, porque ele não faz distinção entre uma alma e uma pessoa (isto é, ele nega o que chamamos de “dualismo”). Portanto, Jesus não existiu entre o tempo de Sua morte na cruz e Sua ressurreição.
No entanto, de alguma maneira, embora não existisse no momento (apesar de ser o “mesmo ontem, hoje e para sempre” e de ser o “EU SOU” eternamente autoexistente), Ele conseguiu ir até o Sheol para pregar aos “cativos” e “espíritos em prisão”: que também eram almas imateriais bastante conscientes, posto que foram capazes de ouvir a pregação. E então (vem o mais incrível truque de mágica de todos, o qual deixaria Houdini verde de inveja!): Ele de alguma forma ressuscitou dos mortos, embora não existisse na época em que realizou tal feito! [“Tenho autoridade para dá-la e autoridade para retomá-la.”]
Vocês percebem como todas as coisas na teologia funcionam de modo a estarem juntas? A doutrina falsa e herética do sono da alma agora o conduziu a essa ultrajante e indescritível blasfêmia contra “nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tito 2:13) e a um absurdo literalmente sem sentido: coisas que não podem acontecer, de acordo com a visão cristã da natureza imutável e eterna de Deus.
Uma vez que Banzoli blasfemou contra Deus e mantém as opiniões mais condenáveis possíveis com respeito à Sua natureza imutável, ele não pode mais ser chamado de cristão. Ele “racionalizou” de tal forma que convenceu a si mesmo a abandonar a fé. Se falhar em arrepender-se desta heresia condenável, ele certamente terminará no inferno que ele também nega. Mas tenha certeza de que ele não pode ser chamado de cristão.
Portanto, mudei minha parte introdutória sobre ele em todas as minhas respostas anteriores para a seguinte descrição:
Lucas Banzoli é um brasileiro não-teísta e não-cristão muito ativo (que alega falsamente ser “evangélico”) chamado “apologista”…
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Foto Principal de Joshua Melo na Unsplash
Tradução de Kertelen Ribeiro
Texto Original: Defense of Immortal, Conscious Souls (vs. Lucas Banzoli): #8
Todos os direitos reservados a DAVE ARMSTRONG
REFERÊNCIAS





