O Concílio de Trento (19° ecumênico – 13 de dezembro de 1545 a 4 de dezembro 1563) foi a resposta da Igreja contra o movimento protestante iniciado por Martinho Lutero e propagado por tantos outros (João Calvino, Henrique VIII, Ulrich Zwingli, etc.) “reformadores protestantes”. Eis o objetivo do Concílio: “Como, nestes anos, foi divulgada, com dano para muitas almas e grave detrimento para a unidade da Igreja […] propõe-se expor para todos fiéis cristãos a verdadeira e sã doutrina.” (Concílio de Trento. DH 1520)
Já no século que surgiu (XVI), o protestantismo foi devidamente condenado e refutado pela Igreja. As obras de são Francisco de Sales, são Roberto Berlamino, o catecismo romano e o próprio Concílio de Trento resolveram a questão protestante. Todavia, o protestantismo, desde então, vive repetindo velhos erros que já foram suficientemente respondidos, dentre os quais aquele que suscita a pergunta que intitula este texto. Podemos dividir o Concílio de Trento da seguinte forma: símbolo de fé (niceno-constantinopolitano), lista dos livros da Bíblia, decretos sobre o pecado original, justificação, sacramentos e cânones sobre a Missa. Uma das principais acusações que os protestantes fazem contra a Igreja Católica é que, supostamente, ensina-se a “salvação por obras”. Entretanto, nos cânones sobre a justificação é dito claramente:
“Se alguém disser que o homem pode ser justificado diante de Deus por suas obras feitas mediante as forças da natureza humana, ou pela doutrina da Lei, sem a graça divina que lhe é dada por Cristo Jesus: seja anátema”
(DH 1551).
Ou seja: em Trento é condenada a crença da qual os protestantes nos acusam. A doutrina católica sobre a justificação e as boas obras é resumida neste trecho: “[…] Com isso, ao ser justificado, o homem recebe, junto com a remissão dos pecados, por meio de Jesus Cristo no qual é enxertado, todos estes dons infusos: fé, esperança e caridade.” (DH 1530) Depois do “sola scriptura”, o que mais afasta os protestantes da fé católica, ao meu ver, é a questão da justificação; porém, brilhantemente, o Concílio de Trento tratou desse tema.
“Todo o que quiser ser salvo, antes de tudo é necessário que mantenha a fé católica” (símbolo pseudoatanasiano. DH 75)
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