A Eucaristia não é apenas um memorial simbólico
O reformador protestante Ulrich Zwinglio disse que, após a consagração, pão e vinho, permanecem sendo só pão e vinho, pois são apenas símbolos de um memorial do sacrifico de Cristo. Todavia, quando alguém prega a respeito da morte salvífica de Jesus, será que você não lembra desse fato? Será que a sua mente não se enche de imagens de Jesus crucificado? É óbvio que sim! E também quando você olha para uma imagem com Cristo crucificado, de que é que você lembra? De algum cantor famoso? Não! Você lembra de Jesus e de seu sacrifício por nós! Da mesma forma, quando você assiste a uma peça teatral ou a um filme que apresente todo o sofrimento e morte do Filho de Deus, você não se emociona, reflete e percebe como ele te ama? Claro que sim! E isso tudo já não é um memorial cheio de símbolos? Evidente que é! Logo, porque Jesus instituiria um rito, especificamente como pão e vinho, que simplesmente alcançaria o mesmo resultado que podemos alcançar de outras formas? Deve-se crer, portanto, que ao dizer “Isto é o meu Corpo e isto é o meu Sangue” Jesus não estava simplesmente querendo dizer que o pão e o vinho eram símbolos. O objetivo era muito maior!
A Presença de Cristo na Eucaristia não é apenas espiritual
Um outro reformador protestante, João Calvino, defendeu a ideia de que Jesus estava presente de forma espiritual na Eucaristia, e que é pela fé que nos alimentamos dele. Mas Jesus não se faz presente de forma espiritual em qualquer lugar? Ele age no meio dos cristãos quando eles louvam e adoram, quando se reúnem para ouvir a Palavra, quando estão orando, etc. Ora! Então aqui temos o mesmo problema do caso anterior! Por que razão Jesus iria instituir um rito para se fazer presente de forma meramente espiritual se ele já faz isso a todo instante? Essa ideia parece ser, simplesmente, um pouco mais elevada que a outra, mas continua sem lógica! Jesus não disse “com isso eu me faço presente de forma espiritual entre vós”, ele disse que o pão e o vinho eram o Corpo e o Sangue dele.
Jesus não está junto com o pão e o vinho
Outro reformador protestante, Lutero, o principal deles, acreditava que a presença de Jesus na Eucaristia era substancialmente real, mas ele negava que o pão e o vinho se tornavam em Corpo e o Sangue. Então, a ideia defendida por ele era de que Jesus se fazia presente de verdade, mas, unido de alguma forma ao pão e ao vinho. Todavia, nas Escrituras vemos que Jesus consagra os elementos e diz “isto é”. Veja que Ele não disse “eu estou junto disso”, ou “meu Corpo e Sangue estão misturados com o pão e o vinho”. Ele disse simplesmente “isto é”. Logo, isso deveria ser o suficiente para crermos que Jesus não somente está no pão, mas que aquele pão que foi consagrado é o próprio Corpo de Cristo e já deixou de ser pão!
É o elemento consagrado o próprio Cristo
É pela fé que cremos ser Jesus no sacramento. Os judeus viam apenas um simples homem ao olhar para Jesus, porém, era o próprio Deus diante deles. Da mesma forma, com nossos olhos humanos só conseguimos ver um simples pedaço de pão, mas consagrado, é Jesus. Completo e perfeito em seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Só podemos conceber isso pela fé. Podemos explicar teologicamente e filosoficamente, mas se não existir fé de nada adianta. O conhecimento se torna inútil sem a fé. Mas, é claro que essa fé tem fundamento bíblico, teológico e histórico. Se baseia naquilo que foi dito pelo próprio Cristo: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu”; “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna”; “pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida” (Cf. São João 6. 50-55). Muitos que ouviram essas palavras ficaram escandalizados e deixaram de seguir Jesus. Era a oportunidade perfeita para ele dizer que estava apenas falando de maneira metafórica, simbólica, ou que se tratava só uma questão espiritual. Mas não! Ele simplesmente vira para os discípulos e pergunta se eles também iriam embora. Então, São Pedro diz: “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (São João 6. 68). Perceba que aqueles que se escandalizaram com o discurso de Jesus foram os que o abandonaram. Os discípulos, mesmo que ainda não compreendessem bem aquilo, permaneceram com ele. Jesus, então, em concordância com o que havia dito, institui o sacramento da Eucaristia, dizendo que o pão é o seu corpo e o vinho é o seu sangue.
Se isso não for compreendido de forma real, todo o discurso de São Paulo aos Coríntios perde o sentido, pois, como posso estar comendo condenação ao não discernir o Corpo de Cristo se eu pensar que aquilo é apenas um pedaço de pão? Não faz sentido! Eu só posso correr esse risco se eu não compreender que ali é o próprio Cristo, e que desprezando essa verdade, eu o receba cheio de pecado. E, aliás, como poderia discernir o Corpo de Cristo se ele não estiver ali? O máximo que eu poderia discernir era um símbolo do Corpo e não o Corpo
Por isso, a Igreja Católica tem tanto cuidado e zelo pela Eucaristia, pois é o próprio Cristo! A Eucaristia é o “remédio da imortalidade” como diz Santo Inácio de Antioquia. É o ápice da fé cristã. É o momento onde o cristão se une de forma mais sublime ao Filho de Deus. É Cristo em nós, esperança da glória!




